O desemprego é algo que vem assolando o Brasil nos últimos meses. No final de março de 2021, mais de 14 milhões de pessoas estavam desempregadas em nosso país.
Mas aparentemente o desemprego não é um problema para países de primeiro mundo. Pelo menos, é o que está acontecendo nos Estados Unidos, onde estão sobrando vagas de emprego.
Apesar de parecer uma excelente notícia, as causas para essa falta de mão de obra podem não ser tão boas quanto pensamos em um primeiro momento. Neste artigo, veremos:
Você deve estar se perguntando “por que estou lendo sobre o auxílio emergencial norte americano em um artigo sobre o excesso de vagas de trabalho nos Estados Unidos?”. Bom, a resposta é que talvez esse seja o grande pivô dessa falta de trabalhadores.
Mas vamos com calma, antes precisamos entender bem o que é esse auxílio emergencial e quais impactos eram previstos que ele traria.
Em março de 2021 o Senado norte americano aprovou o pacote emergencial de 1,9 trilhão de dólares.
Com isso, famílias que recebem menos de 75 mil dólares anuais receberam um pagamento único de 1400 dólares como ajuda de custo. Já para os desempregados, o governo irá pagar 300 dólares por semana até o dia 6 de setembro.
A medida fez os gastos do governo com a pandemia subirem para 5 trilhões de dólares, o que equivale a 25% do PIB americano.
A proposta foi polêmica e muitos economistas alegaram que ela traria uma grande inflação, uma vez que haveria mais dinheiro circulando. Janet Yellen, secretária do Tesouro americano, aliviou as tensões, ao dizer que a medida dificilmente iria superaquecer o mercado interno.
Porém, ninguém esperava um outro efeito do pacote de incentivo à economia: as pessoas não estão mais querendo trabalhar.
Pode parecer loucura o que eu vou falar agora, mas é um fenômeno que está acontecendo em alguns setores da economia americana: existem pessoas desistindo de trabalhar para não perder o auxílio do governo.
Apesar de a causa não ser levada a sério por muitos especialistas, é nisso que algumas franquias do McDonald 's acreditam. A franquia de Tampa, na Flórida, inclusive chegou a oferecer 50 dólares para quem comparecesse nas entrevistas agendadas para as vagas em aberto.
Algo que reforça a ideia de que o auxílio do governo diminui o interesse de algumas pessoas em encontrar um emprego é um estudo realizado pela National Bureau of Economic Research, que concluiu que o aumento de 10% no benefício para desempregados durante a pandemia diminuiu a procura por trabalhos em 3,6%.
Apesar desse estudo, muitos estudiosos consideram um absurdo cogitar que o apoio do governo americano esteja diminuindo o interesse da população em se inserir no mercado de trabalho.
Bom, já vou lhe avisando que não há uma ideia que seja aceita por todos os estudiosos. Bill Dunkelberg, da Federação Nacional de Empresas Independentes dos Estados Unidos, informou que as pequenas empresas vêm sofrendo para encontrar profissionais qualificados para contratar.
Isso leva a uma maior carga horária para aqueles que já estão empregados. Em casos extremos, acaba gerando uma diminuição do faturamento devido à falta de mão de obra para atender as demandas do mercado.
De acordo com a Bloomberg, vários motivos podem colaborar para essa escassez de mão de obra, como o medo de voltar a trabalhar sem um controle total da pandemia, por exemplo.
Há quem acredite que não tem como o benefício estar gerando um comodismo tão grande nas pessoas a ponto de fazê-las desistirem de buscar um emprego, pois o auxílio já tem data para ser encerrado.
Saru Jayaraman, da One Fair Wage, afirma que há muito tempo já alerta que isso iria ocorrer em algum momento, pois existem muitas profissões que não são devidamente remuneradas no país e que se um aumento salarial não ocorresse, a mão de obra ficaria escassa.
Independente de qual é o motivo da falta de trabalhadores nos Estados Unidos, é fato que pequenas e médias empresas vêm sofrendo com isso. Essa falta de pessoas dispostas a trabalhar pode, até mesmo, causar uma inflação, uma vez que a produção de valor tende a diminuir e, portanto, tornar os produtos mais escassos.
Grad. em Engenharia Elétrica na Universidade Federal de Santa Maria. Participou do Movimento Empresa Júnior atuando em consultorias, gerenciamento de equipes e no setor de marketing pela ITEP Jr. Bolsista de iniciação científica na área de eficiência energética. Possui formação em Excel avançado, Gerenciamento de Projetos, Fundamentos de Scrum, Produção de conteúdo, Marketing de conteúdo, Copywriting e Revisão de conteúdo. Especialista na produção de conteúdo na área de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Voitto.
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