A pandemia e o desemprego
Número de pessoas com baixa escolaridade no Brasil
Como a pandemia provocou uma desproporção na carga horária de trabalho dos profissionais?

Como a pandemia provocou uma desproporção na carga horária de trabalho dos profissionais?

Entenda como profissionais de nível superior têm trabalhado mais e profissionais com menores níveis têm trabalhado menos por conta da pandemia.

Victória Gonçalves
Por: Victória Gonçalves
Como a pandemia provocou uma desproporção na carga horária de trabalho dos profissionais?

O mercado de trabalho foi o primeiro a ser impactado na pandemia e isso acabou acarretando a diminuição de carga horária para alguns profissionais, enquanto outros sentiram que ela aumentou.

Para exemplificar melhor, professores passaram a lidar com uma jornada maior de trabalho, enquanto vendedores ambulantes tiveram que se reinventar para não ficarem parados.

Por isso, resolvemos discutir o assunto nesse artigo e nos embasamos em dados para trazer os seguintes temas:

  • A pandemia e o desemprego;
  • Número de pessoas com baixa escolaridade no Brasil; 
  • Como a pandemia provocou uma desproporção na carga horária de trabalho dos profissionais? 

A pandemia e o desemprego

A pandemia piorou muito a questão do desemprego no país. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já se somam mais de 14 milhões de desempregados.

Sob esse viés, sem trabalho de carteira assinada, muitas pessoas começaram a empreender, enquanto outras passaram a depender do auxílio emergencial para se sustentarem.

Nesse sentido, com as recomendações expressas para não sair de casa, a maioria dos cidadãos com ensino superior passaram a trabalhar dentro de seus lares. E por que os cidadãos sem esse nível de escolaridade não fizeram o mesmo?

A questão é bem mais complexa. Quando consideramos os indivíduos sem ensino fundamental completo, percebemos que sem a escolaridade básica, falta-lhes também o aprendizado digital.

Assim, colaboradores que não souberem se adaptar à digitalização que o home office trouxe passaram a ser mais impactados que outros que conseguiram conciliar essa nova rotina.

Por isso, discutiremos abaixo o número de pessoas com baixa escolaridade no Brasil, justamente porque são elas as mais afetadas pela pandemia.

Número de pessoas com baixa escolaridade no Brasil

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), divulgada pelo IBGE ainda em 2019, 35% das pessoas em idade de trabalhar não haviam completado o ensino fundamental.

Além disso, no ano anterior à pandemia (2019), os maiores índices se concentravam no Norte e no Nordeste do país, enquanto o Sudeste era a região mais privilegiada.

Essa força de trabalho não qualificada é a parcela que mais enfrenta problemas para se inserir no mercado, ainda mais após a crise econômica.

No entanto, se por um lado alguns têm a falta de estudo como impedimento para assumir certos cargos, outros com maior qualificação enfrentam o problema de uma jornada exaustiva.

Ficou curioso para entender essa dualidade? Então leia o tópico abaixo.

Como a pandemia provocou uma desproporção na carga horária de trabalho dos profissionais? 

De acordo com o estudo de cálculo do Índice de Qualidade de Trabalho (IQT), realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aqueles com menores níveis de instrução foram os mais impactados pela pandemia.

Nesse sentido, enquanto a jornada de trabalho de pessoas com ensino fundamental incompleto caiu 12,9 %, a de pessoas com ensino superior completo aumentou em 11,7% se comparada ao mesmo período de um ano atrás.

Além disso, a quantidade de horas trabalhadas pelos indivíduos com ensino fundamental completo caiu 6%. Já de profissionais com ensino médio completo, despencou 4%.

Parece pouco se nos esquecermos de considerar como isso reflete nos salários. Desse modo, o trabalhador é prejudicado em qualquer das situações citadas acima, seja por trabalhar de mais ou de menos.

Isso porque, com o aumento de horas semanais pode haver perda de saúde mental e , por outro lado, com horas a menos podem surgir preocupações sobre como se sustentar.

Victória Gonçalves

Victória Gonçalves

Grad. em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Participou de projeto de extensão na área de cooperativismo. Atuou como estagiária no Tribunal Regional Eleitoral. Possui certificação em Marketing de Conteúdo, Produção de Conteúdo, Revisão de Conteúdo, Copywriting e Excel. Especialista na produção de conteúdo na área de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Voitto

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