A teoria das restrições, também conhecida como TOC (Theory of Constraints) foi proposta no livro "A Meta" do escritor Eliyahu Goldratt como uma filosofia de negócio para solucionar a existência de gargalos ou restrições em uma empresa.
Alguns exemplos de problemas causados pelas restrições são: falta de fluxo de caixa, alguns setores mais produtivos que outros, atraso nas entregas e funcionários que trabalham orientados por eficiência local e não para o negócio ganhar dinheiro.
Provavelmente você já viveu ou ouviu falar a respeito. Isso acontece o tempo todo na indústria, nos comércios e nas empresas de serviço. Por isso, para solucionar estes problemas, nasce a teoria das restrições.
Com a metodologia TOC, é possível identificar as limitações de uma empresa e buscar soluções para eliminá-las.
A vantagem é que a metodologia utiliza apenas 3 pressupostos em sua aplicação: existe uma meta a ser atingida; uma organização é mais que a soma de suas partes e o desempenho é limitado por poucas variáveis.
Nesse artigo vamos te mostrar tudo o que precisa saber sobre a TOC e também explicar como aplicar os cinco passos para gerenciar as restrições. Veja os tópicos abaixo:
A Theory of Constraints, ou TOC como é mais conhecida, é uma metodologia inovadora de raciocínio e gerenciamento, usada na tomada de decisões organizacionais que encontram fatores de restrição, ou seja, que fatores que impedem ou limitam a busca pelo objetivo.
Foi criada pelo físico israelense Eliyahu M Goldratt, na década de 80, e divulgada mundialmente por meio do livro "A Meta".
Segundo o autor, o livro, apresentado de forma lúdica através da narração de uma história, é uma mistura entre ciência e conhecimento.
Os ensinamentos de Goldratt fazem Alex, personagem principal, sair de uma situação de quase falência para a de uma empresa lucrativa e de consciência coletiva dos funcionários.
O gerente conseguiu entender os princípios da teoria das restrições e, de forma personalizada, aplicou esse conhecimento para resolver sua situação.
Isso é muito valioso para qualquer empresa, pois ninguém quer mais fórmulas de bolo prontas que murcham quando colocadas em prática, e sim soluções aplicáveis que façam o negócio mais lucrativo.
Uma restrição é qualquer coisa que possa impedir ou limitar a caminhada em busca dos objetivos. E quando estamos no mundo dos negócios, geralmente, esses objetivos estão relacionados ao aumento do lucro da empresa.
Existem dois tipos bem comuns de restrições, as físicas e as não-físicas:
Esses são apenas dois exemplos, no entanto, existem vários gargalos que podem afetar uma empresa. Listamos os tipos mais comuns de restrições no tópico seguinte.
Existem restrições que ocorrem em quase todas as organizações, portanto é mais fácil identificá-las. Veja a seguir quais são elas:
Restrições de mercado: pode ser a falta de demanda por um produto ou serviço, já o oposto é quando excede o número de vendas e o mercado coloca uma restrição no rendimento.
A Teoria das Restrições (TOC) pode ser entendida através de um conjunto de três significados que possuem ramificações e aplicações para diversas indústrias e empresas, sendo elas:
Parece muita coisa? Vou explicar todos esses termos abaixo.
Na teoria das restrições, o objetivo é maximizar o ganho de dinheiro das empresas com base no melhor gerenciamento dos recursos existentes.
Ela parte do princípio de que a maioria dos problemas que enfrentamos é causada por poucos, ou somente por um fator que ele chama de restrição.
Quando descobrimos quais são esses fatores resolvemos o problema.
Em uma empresa, a capacidade de produzir aquilo que gera ganho será igual ao recurso mais escasso que tiver, ou seja, é necessário encontrar na sua organização o elo mais fraco da corrente.
Chamamos esse elo de gargalo produtivo, que é o setor ou a pessoa que recebe uma carga maior do que é capaz de produzir, o que emperra todo o sistema.
Goldratt nos mostra na Teoria das Restições que a capacidade de todo processo produtivo é igual à capacidade da restrição, portanto não adianta investir em ganhos de produtividade fora dela porque isso não traz retornos financeiros.
Se você desperdiçar recursos aumentando a produtividade dos outros setores e o elo mais fraco continuar igual, a corrente se partirá da mesma forma e todo esse investimento será um desperdício, o que diminuirá os ganhos.
Ao praticar a TOC, devemos tratar a empresa como um organismo vivo, integrado. Os membros do corpo são como departamentos e devem se movimentar de forma contínua e coordenada na mesma direção.
Como podemos ver nos tópicos anteriores, uma restrição pode prejudicar todo o fluxo de produção. Por esta razão, a TOC funciona como uma solução desses problemas. Veja os principais benefícios dessa filosofia:
Sem os gargalos, você diminui falhas e atrasos na produção. Como consequência, é possível reduzir despesas.
Outra vantagem está no fato de que sem as limitações existe mais tempo para produzir, então o rendimento aumenta.
Com menos despesas e maior produtividade, o resultado é o aumento das vendas e geração de lucros.
Seguindo o processo de raciocínio da TOC, podemos pensar no processo de melhoria contínua respondendo às três perguntas que são baseadas no MASP, Método de identificação, análise e solução de problemas:
A partir destes questionamentos, é possível colocar a teoria em prática através de 5 passos básicos.
Confira a seguir quais são os principais conceitos e a aplicação da teoria das restrições no dia a dia corporativo.
A primeira forma de identificar as restrições do sistema é saber o que impede a empresa de evoluir. A raiz do problema pode ser devido à produtividade desigual entre setores, à falta de recursos, aos gargalos de produção, entre outros.
Após identificar a primeira restrição, é possível perceber qual a relação entre ela e os outros setores produtivos da empresa.
Detectar a principal restrição de uma empresa torna possível perceber que todos os outros recursos são muito mais fortes que a limitação diagnosticada.
Quando a principal restrição for identificada, é preciso seguir os primeiros passos para solucionar sua limitação. Para isso, é necessário transformá-la em uma capacidade produtiva para melhorar a capacidade da empresa.
Se a restrição for um funcionário, por exemplo, faça uma análise do que pode ser feito para melhorar sua capacidade produtiva, como a realização de treinamentos.
Agora, se for um processo mal estruturado, você pode usar o método DMAIC para entender e melhorar o sistema.
Todos os sistemas produtivos e recursos disponíveis devem ser maiores que a limitação, porém não superiores. Caso sejam muito mais abundantes que a restrição, serão desperdiçados, pois, como disse acima, já que existe um gargalo não há como aumentar a produção.
Ela precisa estar adequada para cumprir as entregas de acordo com a restrição existente e, a partir disso, definir o ritmo da produção.
Voltando ao exemplo do funcionário, não adianta que os outros colaboradores sejam altamente produtivos, pois os resultados coletivos não serão alcançados e o problema persistirá.
Baseado na Teoria das Restrições, isso não significa que a equipe deva parar de produzir, e sim que deve existir um gerenciamento para manter a produtividade alta.
Após descobrir o elo mais fraco, melhorar a produtividade e adequar o sistema para que ninguém produza mais do que o necessário, é o momento de verificar se a restrição foi eliminada ou se ainda é preciso desenvolvê-la.
Seguindo a última etapa da Teoria das Restrições, precisamos nos certificar de que não existem mais restrições, ou então verificar se existe uma nova restrição impedindo que a empresa possa crescer.
Então, se uma restrição for resolvida, devemos seguir para a próxima. Vale lembrar que a inércia também é uma restrição, e que estes passos são um ciclo de melhoria contínua.
Nos ambientes de manufatura é muito comum existir uma série de restrições, como as de mercado, fornecimento, política da empresa e capacidade dos processos produtivos, e por isso pode ser fácil existirem gargalos.
Segundo a Teoria das Restrições, podemos definir o sistema como:
Determina o ritmo para a restrição.
Ele é a programação em detalhes das restrições, com todos os itens que devem ser produzidos, suas quantidades e também os horários de início e término. São as demandas que determinam o ponto de partida do Tambor.
Você pode representar o tambor num gráfico de Gantt para ajudar na visualização em detalhes da restrição ao longo do tempo.
É um mecanismo de tempo usado para proteger o gargalo das incertezas.
O pulmão é medido em unidades de tempo, e não pela quantidade de itens. Sua duração está diretamente ligada à restrição de outros recursos que não são restrições, e também pela variância de resposta das operações.
É o mecanismo de informação usado para sincronizar a fábrica e determinar a liberação dos materiais na cadeia de suprimentos.
Ela assegura que a liberação dos itens estará na quantidade exata e será processada pela restrição. Através de seu uso e mantendo o ritmo, é garantido que os recursos operem na mesma cadência sem elevar os níveis do estoque no processamento.
Na teoria das restrições, a análise V-A-T é usada como um procedimento para determinar a estrutura lógica e o fluxo geral de peças, produtos, matérias primas e até de produtos finalizados.
Uma estrutura lógica baseada em V se inicia com uma ou mais matérias-primas e depois se expande em diferentes números de produtos, à medida que caminha pelos pontos divergentes de seu trajeto.
A estrutura em forma de A é assim denominada pelos pontos convergentes. Nela, a matéria-prima é fabricada e logo montada em poucos produtos acabados.
Já a estrutura lógica em T é assim chamada por conter diversos produtos finalizados similares que são montados a partir de conjuntos, subconjuntos e peças comuns.
Uma vez que o fluxo geral das peças é determinado, os pontos de controle do sistema poderão ser identificados e gerenciados, o que inclui os pontos convergentes, divergentes, as restrições e os pontos de embarque.
Durante o artigo, notamos que somente uma restrição pode ter grande impacto na produtividade e no crescimento de qualquer empresa. Por isso a importância, segundo a teoria das restrições, de identificar e combater qualquer fator que impeça isso.
A metodologia Lean Seis Sigma foca na melhoria contínua e funciona como um auxílio essencial para a solução dos problemas mencionados pela Teoria das Restrições.
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Grad. em Ciências Exatas pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Foi bolsista de Robótica e Educação Matemática no Colégio de Aplicação João XXIII. Diretor de Gestão da Qualidade no Ramo Estudantil IEEE UFJF. Possui certificação de Especialista em Growth, Black Belt em Lean Six Sigma, Scrum Master pela Voitto e Product Management pela PM3. Especialista em SEO, ex-coordenador do blog da Voitto, gosto de quebrar paradigmas e desafiar limites usando a tecnologia e a comunicação.
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