O que é mixagem e como ela impacta na qualidade do seu curso?

Com o passar dos anos, a forma de aprender e ensinar vem sendo remodelada aos padrões digitais. Com isso, obstáculos técnicos, como a mixagem de áudio, aparecem cada vez mais como empecilhos.

Para garantir um padrão de qualidade elevado nesse quesito, é necessário o conhecimento para produzir de um material competitivo de alta qualidade técnica. Por isso, nesse artigo abordaremos:

• O que é mixagem?
• Como funciona a mixagem?
• Como melhorar a qualidade de áudio das suas aulas?
• Por que a mixagem de áudio é importante para produção de conteúdos online?

Vamos lá?

O que é mixagem?

A mixagem pode ser compreendida como o processo de controle na coleta e tratamento de áudio através de equipamentos e softwares dedicados. Esse processo, quando bem executado, demonstra extremo profissionalismo ao produzir qualquer conteúdo e, vem se mostrando cada vez mais necessário no meio educacional com a revolução da educação digital.

Como funciona a mixagem?

A mixagem de áudio, de modo simplista, pode ser destrinchada em 3 principais pilares. São eles: A captação, a equalização e a compressão.

Diante disso, devido a ser um assunto um tanto quanto técnico, preparamos a matéria pensando de que forma cada etapa deve ser executada para que obtenha-se o resultado esperado e sua aula fique incrível. Confira abaixo!

1. Captação

Para que a captação seja feita de maneira adequada, busque sempre ambientes preparados e sem muita reverberação. Para isso, não são necessários equipamentos de ponta, basta que o ambiente esteja devidamente ocupado por mobília como sofás, cortinas e estantes, desse modo a redução de ruído já vai ser bastante significativa.

Outro detalhe importante para que a captação ocorra de maneira correta é garantir que o ambiente esteja bem fechado. A mais discreta corrente de ar, mesmo que por baixo da porta ou pelos vãos da janela, já serão o suficiente para causar grandes desequilíbrios ruidosos

O ambiente mais adequado para essa atividade seria um estúdio, porém não é uma obrigatoriedade. De toda forma, é possível estruturar um na sua própria casa e executar todas as captações de forma profissional.

Também vale salientar que, a melhor forma de captar o áudio, é de maneira independente, ou seja, separada do vídeo. Dessa forma, além de mais limpo na entrada, o tratamento será bem mais eficaz na saída, já que o sinal de áudio digital não faz parte de um arquivo conjunto.

Por fim, não se esqueça de maneirar no volume de captação, assim você evitará o efeito chamado clipping, fenômeno que ocorre devido a saturação de um sinal por excesso de ganho da amplificação, que muitas vezes gera até mesmo desconforto audível pelo excesso de distorções.

Com o som captado, agora é hora de trazer equilíbrio!

2. Equalização

É possível perceber que, mesmo após toda atenção dada ao processo de captação e, mesmo ao usar os melhores equipamentos para isso, o áudio muitas vezes chega ao equalizador ainda necessitando de muito tratamento.

O que ocorre é que, quanto melhor o equipamento utilizado, maior o detalhamento na captação. Isso não significa que o áudio chegará de forma pronta, na realidade significa que, através da maior acurácia das ferramentas, pode se ter um tratamento mais preciso, pois a captação, apesar de possuir até mais ruídos, possui todas as faixas do espectro bem definidas.

Nesse contexto, fica nítido o que é ruído e o que é som, já que, se seguidas as orientações de captação, o áudio obtido terá a chamada característica de espectro Flat.

Essa característica é muito importante para que a equalização possa ser feita de maneira adequada. Considerando que cada pessoa possui um tom de voz, podendo ele ser mais grave ou agudo, é muito importante que o áudio captado esteja em condição Flat para que possam-se direcionar em quais faixas do espectro é interessante a aplicação de ganho.

Em geral, a voz de um ser humano dificilmente atinge frequências, de fato, graves. O mais longe no espectro que podem chegar, em sua maioria, são médio-graves.

Essa informação é de suma importância pois, na etapa de equalização, pode-se retirar barulhos indesejados (como um caminhão passando ou uma pancada) apenas retirando os graves da jogada. Dessa forma seu áudio ficará bem mais limpo com apenas um passo simples na equalização.

Também não devemos nos esquecer de adicionar ganhos nas regiões de frequência mais alta, como os médio-agudos e os agudos. Isso é interessante pois, independentemente do tom de voz do narrador, fonemas das letras “s” e “f”, por exemplo, encontram-se nessa faixa de frequência.

Ao executar este último passo será perceptível a mudança de estado do áudio para uma situação de maior clareza. Isso ocorre pois agora o áudio encontra-se num espectro bem mais agradável e cristalino para a sensação audível.

Após todo esse tratamento seu arquivo de áudio agora tem apenas um problema: ele é muito pesado. Porém, não se desespere, os compressores resolverão esse problema sem descartar todo seu trabalho até o momento.

3. Compressão

Por fim, o último processo fundamental para garantir que um áudio de qualidade será entregue, é a compressão. Por melhor que tenha sido feita a captação e todo tratamento até o momento, de nada adianta se o arquivo de áudio ficar incompatível com a proposta do projeto.

Lembramos que, não se trata da demo de uma banda de rock que será enviada a um estúdio de sucesso e, nem mesmo uma obra de cinema que almeja ganhar o Oscar. Por isso precisamos focar na escalabilidade e na otimização.

É nesse passo também que ocorre a normalização do volume do áudio. Isso é necessário para que a fala fique mais homogênea e inteligível.

Se todos os processos anteriores tiverem sido executados de forma correta, não haverá trabalho perdido. A compressão nunca entregará toda a resolução obtida após a equalização e o tratamento, contudo é importante ressaltar que, de forma alguma, ela causará problemas audíveis.

Entendidos estes três pilares, hora de colocar a mão na massa!

Como melhorar a qualidade de áudio das suas aulas?

Inicialmente devemos nos atentar a todos os fatos já levantados até o momento. Para iniciar a captação, recomenda-se a utilização de um microfone de lapela. Esse tipo de microfone é bastante versátil e pode até ser utilizado de forma conjunta com o celular através de aplicativos, economizando assim em equipamentos desnecessários para esse tamanho de produção.

Também vale lembrar que, apesar de se tratar de uma aula, devemos nos atentar ao fato de ela ser online. Isso nos diz que não será necessário um espaço vasto como uma sala de aula, basta uma sala comum e pequena. Esse espaço auxiliará na redução de reverberação.

Não se preocupe com erros e repetições, eles podem ser corrigidos facilmente através cortes em softwares gratuitos.

Ao partir para equalização deve-se observar se o locutor é homem ou mulher. Esse fato é importante pois, nesse passo algumas frequências graves serão removidas e, a diferença de sexo implica em diferentes cortes.

No caso de mulheres, esse primeiro ajuste consiste em cortar os graves abaixo de 200 Hz. Já no caso de homens, esse corte será apenas nas frequências abaixo de 80 Hz. Dessa maneira, teremos a filtragem de ruídos indesejados como já comentado anteriormente.

Também, como citado já anteriormente, é interessante a utilização de ganho nas frequências mais altas, já que elas trazem maior clareza na pronúncia dos fonemas.

Por fim, o formato que você deve buscar para seu gráfico no equalizador, de modo geral, é este:

Há uma série de softwares onde esse ajuste pode ser feito, contudo destaca-se dentre os gratuitos o software Audacity, devido a alta quantidade de ferramentas e fácil interface de uso e, dentre os pagos, o Adobe Premiere, devido ao nível profissional de tratamento, além do portfólio enorme de ferramentas sofisticadas.

Encerrando então nossa jornada, utilizaremos dos mesmos softwares para compressão. Não se pode esquecer da normalização do volume de áudio.

Para isso utilizaremos uma ferramenta interna do Adobe Premiere que limita o volume máximo e, ao mesmo tempo, elevará o volume mínimo. O nome dessa ferramenta varia de software para software, contudo a ideia aqui é demonstrar conceitualmente de forma genérica o procedimento.

Na ferramenta Clip Fx Editor do Adobe Premiere, para aumentar o volume mínimo, elevar o potênciometro denominado MakeUp até a faixa de 5,5 dB e marcar a caixa de seleção “Compressor”.

Para reduzir o volume máximo deve-se posicionar o potenciômetro denominado Threshold, aproximadamente, no valor inverso do MakeUp, ou seja, -5,5 dB.

Nesse intervalo garante-se maior homogeneidade no volume do áudio independentemente de como tenha sido feita sua captação.

Encerrando então a compressão, deve-se salvar o arquivo de áudio final obtido em alguma formatação de arquivo de alta resolução, porém que não seja muito pesada. As mais utilizadas para esse tipo de situação são a formatação FLAC e a formatação MP3 256 kbps.

Pronto, agora basta sincronizar o áudio e o vídeo e voilà, uma aula em alto padrão acaba de ser produzida!

Por que a mixagem é importante para produção de conteúdos online?

Como já dito antes, a mixagem impacta diretamente no processo de controle de qualidade do conteúdo que está sendo produzido.

Sempre que se fornece um material a um aluno, deve-se entender que ele nunca teve aquele aprendizado antes e, portanto, precisa do máximo de capricho e qualidade na apresentação do que está sendo ofertado.

A produção mal executada pode facilmente derrubar a reputação do apresentador e confundir o aluno, duas consequências péssimas para ambas as partes. Por isso, muita atenção nessa etapa tão importante.

Mas não se preocupe, se você colocar em prática todos os detalhes levantados nesse artigo, não terá problemas em fornecer um conteúdo de altíssima qualidade para seus alunos!