Como você já sabe, as constantes evoluções tecnológicas e empresariais criam diferentes contextos para cada uma das organizações. Diante disso, utilizar metodologias padrões já não se faz mais tão efetivo. Sendo assim, a Teoria da Contingência pode ser o melhor dos caminhos.
Focada em entender quais são as características de cada firma, essa abordagem tem como objetivo propor uma estrutura que faça sentido levando em consideração o modelo de negócio, ambiente interno e externo, mercado e muito mais!
Quer descobrir a fundo o que é a Teoria da Contingência e entender qual das suas abordagens faz mais sentido para o seu negócio? Então, confira este conteúdo até o final. Aqui você irá encontrar:
Antes de entender mais a fundo sobre a teoria, é interessante contextualizar o significado de contingência. Este termo é utilizado para designar uma situação incerta e eventual. Ou seja, algo que pode depender de diversos fatores para acontecer e até mesmo para não acontecer.
Sendo assim, a Teoria da Contingência é embasada na visão de que não se pode inferir ou pressupor uma única estrutura organizacional que funcionará de maneira ideal para todos os tipos de empresa.
Afinal, cada uma delas possui ambientes e os fatores contingenciais são diferentes que podem intervir diretamente no funcionamento de uma firma.
Sendo assim, a Teoria da Contingência se debruça a entender e estudar os vários aspectos capazes de transformar uma abordagem, fazendo com que seja possível personalizá-la de acordo com as demandas e necessidades de cada uma das organizações.
Além disso, essa abordagem afirma que o modelo de gestão indicado para cada empresa irá depender de um diagnóstico detalhado da análise de diversos fatores.
Pelo conceito já é possível perceber que a Teoria da Contingência é criada para modificar padrões anteriores. Por isso, entenda melhor o contexto no qual ela foi concebida!
A Teoria Contingencial teve como pontapé inicial a necessidade que alguns estudiosos possuíam em entender como as estruturas organizacionais das empresas impactavam no êxito ou não de uma companhia.
Isso acontece pois o contexto de estudos mostra um alarmante cenário: as teorias antes divulgadas e como solidamente fundamentadas, já se mostram ultrapassadas.
Afinal, com a globalização e suas aplicações em diferentes ambientes, nota-se que elas não consideram a divergência de pressupostos da administração 4.0como:
Por isso, desde o contexto de sua criação, a partir de 1961, é possível notar que essa teoria tem se destacado frente às demais. Afinal, a Teoria da Contingência leva em consideração as diferenças das empresas e entende que elas são sistemas sociotécnicos ativos no ambiente em que estão inseridas.
Sendo assim, foi necessário responder a seguinte questão: quais são os fatores que realmente impactam e devem ser levados em consideração no momento de personalizar a Teoria da Contingência para aplicá-la em cada organização? Descubra esses pontos no tópico a seguir!
Pode-se definir que a Abordagem Contingencial tem como composição de 5 fatores: o ambiente, a estratégia, a tecnologia, a gestão e a estrutura. Com isso, é necessário entender mais a fundo sobre cada um deles para definir a metodologia mais eficaz para cada organização.
Dessa forma, confira abaixo detalhes sobre cada um dos pilares.
Para ser possível entender e personalizar a abordagem contingencial para cada organização, é fundamental conhecer a fundo sobre o ambiente em que ela está inserida.
Nesse sentido, analisar as tendências de mercado, tecnologias incorporadas, concorrência, movimentos do setor são fatores importantes.
É também nesse pilar que se deve identificar se a empresa está em uma estrutura de gestão de pessoas mais rígida, conhecida como organização mecanicista, ou mais flexível, também chamada de orgânica.
O pilar de estratégia pode ser personalizado com base na avaliação de quesitos como:
Diante desses conceitos, será possível identificar se a empresa se enquadra em uma estratégia com ideal:
Assim, adequa-se com mais assertividade a Teoria da Contingência à realidade da organização.
No pilar da tecnologia é preciso entender o perfil tecnológico da empresa e do mercado em que ela está inserida. Ou seja, se o ambiente é mais ou menos voltado para a inovação e em qual velocidade as novas tendências são incorporadas.
Esse ponto está normalmente muito alinhado com o anterior. Por exemplo, empresas com perfil prospector tendem a estar em nichos de mercado mais dinâmicos no que tange às questões tecnológicas e por isso devem se preocupar em estar sempre à frente das concorrentes nesse sentido.
No modelo de gestão, é possível detectar dois vieses principais nas organizações. O primeiro deles se caracteriza por um ambiente mais participativo, em que equipes interdepartamentais podem trazer velocidade e qualidade para a empresa.
Por outro lado, o segundo viés tende para um contexto com menos troca e uma hierarquia rígida e bem definida. Com isso, a relação entre colaboradores e gestores é menos democrática.
De maneira geral, esse ponto é crucial para entender qual das teorias da Abordagem Contingencial fará mais sentido para a empresa.
Nesse aspecto, será possível mapear os seguintes fatores:
Diante de todas essas questões, será possível entender qual estrutura faz mais sentido para a empresa.
Para exemplificar esse ponto basta pensar na diferença que geralmente caracteriza firmas de pequeno e grande porte. Enquanto no primeiro contexto as decisões são mais simples e desburocratizadas, no segundo regras e normas podem trazer eficiência.
Tendo em mente esses três pilares, será possível entender qual das Teorias da Abordagem Contingencial faz mais sentido para uma empresa. Por isso, conheça detalhes sobre cada uma das possibilidades no próximo tópico.
Como você já sabe, a Teoria da Contingência foi criada para refutar as teorias anteriores. No entanto, vale ressaltar que o seu objetivo nunca foi descartar todo o conhecimento adquirido até o momento, afinal, elas funcionavam em diferentes condições, mas não para todas as organizações.
Diante disso, de acordo com a análise do ambiente baseada nos pilares do tópico anterior, gestores e lideranças conseguem entender qual das teorias raízes faz mais sentido a aplicação no dia a dia da empresa de acordo com a abordagem contingencial.
Por isso, é fundamental conhecer um pouco sobre cada uma das teorias da Abordagem Contingencial. Confira mais a seguir!
A Teoria Clássica da Administração é ideal para ser aplicada em organizações que se caracterizam por modelos de gestão e estruturas mais rígidas, mecânicas e fechadas.
Por não possuírem grande interação com o ambiente externo, as atividades são padrões e sem muitas mudanças significativas.
A Teoria das Relações Humanas é aplicada em uma abordagem contingencial quando o foco da organização é entender o comportamento humano e fomentar relações mais informais.
Nesse sentido, avalia-se também o fator social como determinante para o comportamento individual dentro de grupos e equipes.
Voltada para a administração da produção e para instituir padrões, a Teoria da Burocracia se baseia em técnicas administrativas que procuravam compreender e explicar de maneira racional, legal, impessoal e formal a estrutura organizacional.
Diante disso, a sua abordagem contingencial pode ser aplicada toda e qualquer organização que busque a máxima eficiência dos aspectos internos através da:
Vale ressaltar que a abordagem da Teoria da Contingência dessa vertente é uma das maneiras da administração científica se materializar atualmente.
A abordagem estruturalista busca unir os conceitos de organização e ser humano, com o objetivo de unir as teorias clássicas e humanísticas tendo como base a estrutura da Teoria da Burocracia.
Para isso, possuem como base a análise comparativa entre diferentes modelos de negócio.
Com base na Teoria Clássica, a Teoria Neoclássica toma seus conceitos como ponto de partida. No entanto, busca adaptá-los a fim de propor uma metodologia ampla e que seja capaz de ser utilizada por outras organizações em caráter universal.
A Teoria Comportamental é uma das vertentes originárias da Teoria das RH. Embasada em um sistema aberto e com interferências do ambiente externo, essa abordagem reconhece que para que uma organização mude e melhore, é preciso se adaptar à dinâmica e ao comportamento dos seus participantes.
Dessa forma, é preciso ampliar o conceito de comportamento social e também buscar entender questões como: fatores motivacionais, estilos de vida e características específicas dos colaboradores.
Voltada para a concepção de uma visão global sobre a organização, a Teoria de Sistemas visou criar modelos abertos de gestão.
Esses são ideais para empresas que buscam se subdividir em sistemas que tenham inter-relações. Ou seja, diferentes áreas conseguem se comunicar através de modelo padrão que atende as demandas individuais e conjuntas.
Depois de tudo o que foi visto, chegou a hora de conhecer as pesquisas mais relevantes sobre a Teoria Contingencial. Por isso, separamos em detalhes os três estudos mais importantes para a formação dessa abordagem.
Diversos pesquisadores renomados se debruçaram no que diz respeito a Teoria Contingencial com o objetivo de adaptá-la em relação às mudanças dos ambientes empresariais e dar mais assertividade em suas premissas.
Com isso, é possível destacar alguns nomes que obtiveram mais relevância com suas contribuições. Conheça abaixo a respeito de três estudos de referência no tema!
Alfred Chandler Jr, professor de Administração e História Econômica na Harvard Business School, desenvolveu uma das primeiras pesquisas a respeito do que se tornou a Teoria da Contingência.
Em 1962, o estudioso se debruçou a pesquisar sobre as mudanças organizacionais e seus impactos nas estratégias de negócios adotadas pelas companhias. Para isso, realizou uma análise com quatro grandes empresas estadunidenses:
Diante da pesquisa temporal, Chandler notou padrões de adaptação nas companhias e foi capaz de identificar que o processo possui alguns padrões mapeados em quatro etapas:
Com isso, foi possível chegar à conclusão de que as estruturas organizacionais são determinadas pela estratégia de mercado da empresa e também pelo ambiente do setor em que a mesma está inserida.
Seus resultados foram expressivos e impactaram a forma com que estudantes de administração lidavam com o aprendizado sobre gestão.
Os sociólogos Burns e Stalker também desenvolveram pesquisas relevantes no que tange a relação entre as práticas de gestão ou administrativos e o ambiente externo. Para avaliar e entender se existem correlações, coletaram dados com uma amostra de vinte indústrias inglesas.
Após a análise dos dados, foi possível classificá-las em dois tipos:
Sendo assim, os pesquisadores puderam chegar à conclusão que as empresas de maior sucesso se ajustam melhor às necessidades dos ambientes em que estão inseridas através da diferenciação e também da integração entre departamentos com um trabalho em conjunto e integrado.
Outro destaque nos estudos sobre o tema foi Joan Woodward. Voltado para entender as relações existentes entre os sistemas de produção, a tecnologia e a forma de gerenciamento, desenvolveu uma pesquisa com amostra de 100 empresas situadas no sul da Inglaterra e que possuíam entre 100 e 8.000 colaboradores.
Mesmo com essa grande variação de tamanhos, Woodward identificou como padrão que a tecnologia é um fator primordial para o sucesso das organizações.
Em outras palavras, as empresas que se destacavam eram aquelas que adotavam uma estrutura alinhada com a sua tecnologia de produção. Com base nesse aspecto, classificou as firmas em três grupos:
Saber o que os colaboradores pensam acerca de sua empresa é essencial para manter um clima de motivação, e por consequência, de produtividade no ambiente de trabalho.
Descobrir o quanto eles querem trabalhar, o quanto gostam do trabalho, entre outros, é necessário para se ter uma boa gestão de pessoas.
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Thiago é engenheiro de produção, pós-graduado em estatística e mestre em administração pela UFJF. Especialista Black Belt em Lean Six Sigma, trabalhou na Votorantim Metais e MRS Logística, onde foi gestor e especialista em melhoria contínua. Com certificações MOS® e Auditor Lead Assessor ISO 9001, atuou em projetos de consultoria e ministrou treinamentos e palestras em congressos como ENEGEP e Six Sigma Brasil. Professor nas áreas de Gestão e Empreendedorismo, é fundador do Grupo Voitto e mentor de empresas, dedicando-se à liderança executiva da Voitto, com a visão de torná-la a maior escola online de gestão do Brasil.
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