Em muitas situações de mercado, as empresas tomam a decisão de unir forças para ter mais efetividade e melhorar o seu desempenho como um todo. Diante disso, uma das estratégias que podem ser traçadas é o M&A (Mergers and Acquisitions).
A sigla que pode ser traduzida como fusões e aquisições designa processos nos quais companhias se combinam ou até mesmo há aquisições entre elas. Visto isso, é um mecanismo muito utilizado para a consolidação de setores e fortalecimento competitivo das empresas.
Mas, como você já deve imaginar, esse tipo de transação é complexo. Afinal, envolve práticas como a análise, a negociação, a diligência e a integração pós-transação. Por isso, é muito importante conhecer detalhes e conceitos sobre essa temática.
Confira este conteúdo até o final e descubra tudo o que você precisa saber sobre M&A através dos seguintes tópicos:
Esses podem ser por exemplo: criar sinergias, expandir as operações, obter vantagens competitivas ou aumentar o valor para os acionistas.
Esse é um processo considerado complexo pois exige diversas etapas. A diligência e análise cuidadosa desempenham um papel fundamental para avaliar o potencial da empresa-alvo, mitigar riscos e identificar oportunidades.
Mas os na prática vão muito além disso. Em resumo, o M&A é uma estratégia dinâmica que se adapta de acordo com as necessidades das entidades participantes. Por isso, pode demandar diferentes tipos de negociação e transações para que o acordo seja finalizado com sucesso.
Mas, apesar de demandar investimento de tempo e recursos para acontecer, o M&A quando é eficaz, traz inúmeros benefícios. Por isso, confira no próximo tópico algumas das principais motivações que fazem com que empresas busquem esse caminho para alcançar seus objetivos estratégicos.
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As companhias que optam por fazer um processo de M&A podem ter diferentes razões. Afinal, essas motivações dependem do contexto em que estão inseridas.
Além disso, vale ressaltar que não são as oportunidades que são avaliadas. Também é preciso analisar os riscos e desafios da transação. Como por exemplo a integração cultural e operacional, a gestão de mudanças, a alocação eficiente de recursos e a avaliação adequada do valor da empresa-alvo.
Sendo assim, fazendo um paralelo entre os prós e contras, é possível destacar algumas motivações, como:
Ao buscar por uma transação M&A, as companhias normalmente têm como estratégia a expansão de suas operações de forma rápida e eficiente.
Ou seja, ao invés de crescer organicamente, que em geral ocorre lentamente, uma companhia pode adquirir ou se fundir a outra já estabelecida para obter acesso imediato a novos mercados, clientes, tecnologias ou produtos.
A combinação de sinergias também é uma motivação muito comum para M&As. Afinal, isso pode resultar em eficiências operacionais e financeiras. Como por exemplo: a redução de custos redundantes, a otimização da cadeia de suprimentos, o compartilhamento de recursos e a obtenção de economias de escala.
Um processo de M&A também pode ser usado como uma estratégia para entrar em novas geografias ou segmentos de mercado.
De maneira prática, isso permite que as companhias envolvidas alcancem novos clientes, ampliem suas bases de consumidores existentes e/ou diversifiquem negócios para reduzir o risco associado a um único mercado.
A aquisição de expertise também é uma das grandes motivações de M&As. Tanto em aquisições, quanto em fusões, a interações entre os talentos e os processos acontece de maneira mais fluida e sem barreiras de concorrência.
Sendo assim, na média, os conhecimentos técnicos ou as capacidades específicas que são difíceis de desenvolver internamente podem ser facilitadas com talentos de outra equipe. Isso pode acelerar o crescimento e fortalecer a posição competitiva no mercado.
Além disso, é também comum em alguns setores, a consolidação por meio de fusões e aquisições. Isso ocorre quando as companhias buscam fortalecer sua posição competitiva, adquirindo concorrentes diretos ou complementares.
Essa consolidação é fundamental para reduzir a concorrência, aumentar o poder de negociação, melhorar a rentabilidade e a eficiência.
Por fim, destacamos também a criação de valor como motivador para M&A. Afinal, uma transação bem-sucedida pode impactar positivamente acionistas das empresas envolvidas, clientes e até mesmo a relação com os fornecedores.
Isso pode ser alcançado por meio do aumento do valor das ações, distribuição de dividendos mais atrativos, maior potencial de crescimento ou acesso a retornos mais favoráveis, do ponto de vista dos investidores.
Para os clientes e fornecedores, a criação de valor pode se manifestar em processos mais otimizados e experiências melhores.
Sendo assim, o M&A pode ter inúmeros desafios, mas quando bem-feito também é capaz de fazer com que estratégias sejam capazes de tornar ações efetivas. Por isso, descubra a seguir mais a fundo como um processo desse tipo é feito na prática.
Agora que você entendeu mais a fundo sobre o que é e o porquê fazer um M&A, é preciso também conhecer detalhes sobre o funcionamento desse tipo de operação.
O primeiro deles, e um dos mais decisivos, é a avaliação de riscos. Por isso, antes de tomar a decisão e fechar o acordo, é preciso mapear as ameaças que ele pode desencadear.
Por exemplo:
Depois de superado esses processos e ter feito uma análise detalhada, a tomada de decisão será mais assertiva. Caso as companhias optem pelo processo de M&A, devem seguir as etapas descritas abaixo. Confira!
A realização de uma transação de M&A envolve várias etapas. Afinal, é importante destacar que o processo pode ser complexo e cada situação envolve peculiaridades específicas do contexto em que acontece.
Mas, embora cada transação seja única, geralmente os passos a serem realizados seguem uma sequência semelhante. Por isso, deixamos aqui em detalhes as principais etapas gerais envolvidas no processo de M&A:
O primeiro passo de uma transação de M&A acontece até mesmo antes de entender se esse é mesmo o caminho ideal. Afinal, a estratégia da companhia deverá nortear as possibilidades que podem levá-la a alcançar seus objetivos e metas.
Nesse ponto, é preciso traçar indicadores quantitativos, criar diversos cenários e avaliar as opções com cautela. Isso porque cada um dos caminhos pode levar a modos diferentes de atingir aquilo que foi proposto.
Depois de entender na estratégia que será realmente realizada uma transação de M&A, chega o momento de planejar como ela será desenvolvida.
Para isso, é preciso:
Nesta fase, a empresa identifica e avalia possíveis empresas-alvo que atendam aos critérios estabelecidos. Essa etapa pode envolver:
Após a identificação das empresas-alvo, é preciso conduzir uma due diligence abrangente, visando avaliar a viabilidade e os riscos associados à transação. Isso inclui:
Com base nos resultados da due diligence, a companhia inicia o processo de negociações com a empresa-alvo para definir os termos e condições da transação.
Durante essa etapa é necessário:
Uma vez alcançado um acordo sobre os termos da transação, são elaborados os contratos legais. Os resultados dessa etapa podem ser documentos como o contrato de compra e venda, acordos de não divulgação, acordos de exclusividade e outras formalizações necessárias para dar conforto a ambas as partes envolvidas na transação.
Em alguns casos, a depender da natureza da transação e das leis aplicáveis, pode ser necessário obter aprovações regulatórias.
Por isso, essa etapa cabe apenas a algumas operações de M&A e pode envolver processos como:
Com todas as etapas concluídas e aprovações realizadas, é a hora de realizar a transação efetivamente. Apesar de ser um processo que envolve tempo, a partir desse momento já é possível iniciar a integração das empresas.
Para isso, faz-se necessário:
Vale ressaltar que uma integração pós fechamento bem-sucedida é fundamental para capturar sinergias e garantir o sucesso da transação de M&A.
É muito comum que os termos "merger" (fusão) e "acquisition" (aquisição) sejam usados como sinônimos no contexto de M&A. No entanto, essas aplicações em geral não são feitas de maneira correta.
Esses conceitos têm significados ligeiramente diferentes e por isso entender a fundo sobre eles fará toda a diferença para que você saiba aplica-los corretamente. Confira a seguir:
O processo de fusão é caracterizado pelo fato de duas empresas decidirem se unir para formar uma nova entidade legal. Em termos práticos, é possível dizer que ambas as companhias se tornam uma única entidade.
Entre as características comuns das fusões, podemos destacar:
Já uma operação de aquisição ocorre quando uma empresa compra a totalidade ou uma parte significativa de outra. Geralmente, ela resulta na entidade adquirida se tornando uma subsidiária ou sendo absorvida pela compradora.
Na aquisição, uma empresa maior, chamada adquirente, adquire o controle da empresa-alvo, também conhecida como adquirida.
Entre as características comuns das aquisições, podemos destacar:
Como você já pôde perceber, as diferenças são vistas no detalhe das operações. Para que você consiga avaliá-las dessa forma minuciosa, conheça a seguir quais são os tipos de fusão e aquisição.
Existem diversos tipos de transações de M&A. A tipologia em que cada uma delas se enquadra depende dos seus objetivos e das estratégias das empresas envolvidas.
No entanto, de maneira geral, existem três modelos mais comuns. São eles:
Esse tipo de transação M&A envolve a combinação de duas empresas que operam no mesmo setor e na mesma etapa da cadeia de valor. É comum que o objetivo dessa operação seja aumentar a participação de mercado, consolidar a indústria e gerar economias de escala.
Em outros termos, no M&A Horizontal concorrentes se fundem ou uma faz a aquisição da outra.
Entre os impactos desse tipo estão:
Uma fusão ou aquisição é caracterizada como vertical quando envolve duas empresas que atuam na mesma cadeia de produção. No entanto, possuem estágios diferentes de maturidade organizacional.
Nesse âmbito, podem ocorrer transações de fusão e de aquisição. É comum que um M&A Vertical tenha como objetivo:
Essas transações normalmente fazem com que o processo produtivo seja mais eficiente ou custo-efetivo mais otimizado. A fusão vertical é mais comum do que a aquisição vertical.
Um dos três tipos de operações M&A de mais destaque é a formação de conglomerados.
Essa transação envolve a combinação de empresas que não possuem relações comerciais diretas ou sinergias operacionais aparentes. Normalmente, possuem como objetivo a diversificação do portfólio de negócios, a expansão para novos mercados ou até mesmo a chance de aproveitar oportunidades estratégicas.
É preciso destacar que existem dois tipos de conglomerados:
Para esse tipo de transação M&A, é comum que seja adotado o regime de fusão.
Outros tipos de M&A que é preciso conhecer são:
Depois de conhecer todos os tipos mais comuns de M&A, chegou a hora de exemplos práticos de suas aplicações no mercado real. Confira a seguir processos que envolveram empresas conhecidas mundialmente.
Existem diversos processos de M&A que foram destaques no mercado global e nacional. Afinal, muitas dessas transações mostram a diversidade de setores e estratégias envolvidas, bem como o impacto significativo que elas podem ter no mercado e na indústria em que ocorreram.
Pensando em exemplificar de maneira prática, separamos para você cases de grandes companhias. Confira a seguir!
Apesar de ter acontecido em 2006, a aquisição da Pixar Animation Studios pela The Walt Disney Company ainda é um marco quando o assunto é M&A.
A transação foi de aproximadamente US$ 7,4 bilhões. Ela uniu a talentosa equipe de animação da Pixar e suas valiosas propriedades intelectuais da Pixar ao universo Disney. Assim, a já consolidada marca fortaleceu ainda mais a sua posição no mercado de animação.
Vale destacar que sucessos de filmes como "Toy Story", "Procurando o Nemo" e "Os Incríveis" foram resultados dessa aquisição.
Em 2016, a Microsoft adquiriu a rede social profissional LinkedIn por cerca de US$ 26 bilhões.
Essa transação permitiu à Microsoft expandir sua presença no mercado de mídia social e estabelecer uma conexão mais forte entre seus produtos e serviços.
A fusão entre a Sadia e a Perdigão foi uma das maiores transações de M&A no setor de alimentos no Brasil. A operação foi concluída em 2009 e resultou na criação da BRF (Brasil Foods), uma das maiores empresas de alimentos do mundo.
A combinação das companhias teve como objetivo criar uma empresa mais competitiva globalmente, expandir a presença no mercado e obter sinergias operacionais.
Vale ressaltar que a operação passou por aprovações regulatórias e envolveu a negociação de termos e condições para a combinação dos negócios para que pudesse efetivamente sair do papel.
Um dos destaques no mercado global ocorreu em 2017. A cadeia de supermercados Whole Foods Market, focada na comercialização de produtos orgânicos e naturais, foi adquirida pela gigante do comércio eletrônico Amazon.
A transação movimentou cerca de US$ 13,7 bilhões e foi muito importante para que a adquirente pudesse expandir sua presença no setor de varejo de alimentos e fortalecer sua estratégia no segmento de mercearias online.
Por outro lado, a rede supermercadista chegou a novos patamares, podendo crescer e expandir cada vez mais.
Já na frente de fusões do M&A, é possível destacar a união das empresas Dow Chemical e DuPont. Em 2017, as gigantes da indústria química concluíram uma fusão igualitária, criando a DowDuPont.
A transação se caracterizou pela combinação dos ativos e da capacidade produtiva de ambas as companhias e resultou na criação da entidade líder em diversos setores da indústria química dos Estados Unidos e do mundo.
No ano seguinte, em 2018, é possível destacar uma grande transação de M&A no setor de telecomunicações. A empresa AT&T adquiriu a Time Warner, uma companhia de mídia e entretenimento, em um acordo no valor de cerca de US$ 85 bilhões.
Essa aquisição permitiu à AT&T obter controle sobre um vasto portfólio de conteúdo, incluindo canais de TV, estúdios de cinema e marcas populares, para impulsionar sua oferta de serviços de telecomunicações e mídia.
Concluída em 2020, a aquisição da Avon pela Natura foi uma transação de destaque no setor de cosméticos do Brasil e do mundo. A operação resultou na formação de uma das maiores empresas de cosméticos do mundo, com uma presença global significativa.
A Natura, já renomada na comercialização de cosméticos e produtos de beleza, adquiriu a expertise da Avon no que tange a venda direta desse tipo de artigos.
Vale ressaltar que a Natura é uma companhia brasileira e conseguiu expandir sua atuação internacionalmente depois da aquisição, obtendo sinergias operacionais e compartilhando experiências em pesquisa, desenvolvimento e sustentabilidade.
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Thiago é engenheiro de produção, pós-graduado em estatística e mestre em administração pela UFJF. Especialista Black Belt em Lean Six Sigma, trabalhou na Votorantim Metais e MRS Logística, onde foi gestor e especialista em melhoria contínua. Com certificações MOS® e Auditor Lead Assessor ISO 9001, atuou em projetos de consultoria e ministrou treinamentos e palestras em congressos como ENEGEP e Six Sigma Brasil. Professor nas áreas de Gestão e Empreendedorismo, é fundador do Grupo Voitto e mentor de empresas, dedicando-se à liderança executiva da Voitto, com a visão de torná-la a maior escola online de gestão do Brasil.
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