Mais detalhes sobre a pesquisa!
Análise metagenômica do MPXV
Sobre a doença
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Mapeamento do vírus monkeypox é realizado em somente 18 horas

Em apenas 18 horas, cientistas do CADDE, concluíram com sucesso o sequenciamento do vírus MPXV, mais conhecido como varíola dos macacos

Marcela Gomes
Por: Marcela Gomes
Mapeamento do vírus monkeypox é realizado em somente 18 horas

Cientistas do CADDE (Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus), obtiveram sucesso ao realizar o mapeamento genético da varíola dos macacos(MPXV). O processamento e estudo da amostra viral ocorreu em extrema velocidade, sendo realizado em somente 18 horas!

O material de estudo veio do primeiro paciente positivado em solo brasileiro. Para realização desse grande marco para saúde, os pesquisadores utilizaram a técnica de metagenômica rápida, elaborada pela pesquisadora Ingra Morales Claro, em seu doutorado, que foi adaptada para o vírus.

A pesquisa foi coordenada pela professora Ester Sabino,  da Universidade de São Paulo (USP), que também atuou no primeiro sequenciamento do vírus SARS-CoV-2, vírus ocasionador da COVID-19, além da professora também ter participado na pesquisa de outras variantes, como a Gama.

Os resultados do estudo foram divulgados na última quinta-feira (9), através da plataforma Virological, tal plataforma é o local onde cientistas ao redor do mundo trocam informações sobre os agentes causadores de doenças, simultaneamente.

Mais detalhes sobre a pesquisa!

Segundo Ingra, o vírus possui cerca de duzentos mil pares de bases que precisavam ser analisadas, quase 6 vezes mais que o SARS-CoV-2, que possuía “apenas” 30 mil. Além disso, os pesquisadores receberam a amostra dia 7 de junho e na manhã do dia 8, o vírus já se encontrava totalmente mapeado e analisado.

Imagem do vírus monkeypox feita em laboratório. Fonte: Reprodução/Secretaria de Saúde do RS

Imagem do vírus monkeypox feita em laboratório. Fonte: Reprodução/Secretaria de Saúde do RS

Além de ser 45% mais rápida que outras técnicas usuais, a metodologia desenvolvida pelos pesquisadores possui um custo bem menor, custando em torno de US$30 por amostra.

De acordo com a coordenadora da pesquisa, Ester Sabino, normalmente os cientistas recorrem a esse tipo de análise quando necessitam identificar algum vírus novo e emergente, como aconteceu com o SARS-CoV-2. Outra forma de utilização desse método,  é detectar em pacientes infectados algum vírus conhecido e obter reagentes específicos.

Para realizar testes de diagnóstico molecular (RT PCR), é necessário obter os “primers”, estes são sequências que complementam as sequências virais que irão iniciar a multiplicação material genético. Quando o processamento é finalizado, pode-se realizar uma comparação entre os chamados “controles” positivos e negativos.

Ainda segundo Ingra, quando mais rápido os cientistas conseguirem detectar algum caso de determinado vírus, maior será a chance de conter o vírus emergente.

Mas a forma de análise do método utilizado na pesquisa aqui apresentada se difere em alguns pontos. Vamos entender melhor!

Análise metagenômica do MPXV

Na análise metagenômica os primers utilizados são aleatórios, ou seja, não é específico para determinado vírus, estes irão possibilitar que sejam sequenciados o material genético presente na amostra coletada, inclusive do hospedeiro (que no caso em questão, é o ser humano) e outros possíveis agentes causadores de doença que existam ali.

Logo após essa primeira etapa, são realizadas as análises através da bioinformática e os resultados são comparados em um quadro de referências. No caso do monkeypox, os dados alcançados foram mapeados através de um mapeamento do vírus que já havia sido disponibilizado para estudos, dessa forma  os cientistas puderam comprovar que era o vírus MPXV.

O primeiro caso positivo no Brasil, foi divulgado na quinta-feira dia 9 de junho, através do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. Esse laboratório realizou a análise através da plataforma Illumina, que está sendo utilizada em toda Europa e américa do norte como principal ferramenta de detecção do vírus MPXV.Essa forma de análise leva 48 horas para concluir.

Enquanto o grupo que realizou tal feito em somente 18 horas, do Centro Conjunto Brasil-Reino Unido, utilizou um sequenciador portátil chamado MinION, desenvolvido pela Oxford Nanopore Technologies, realizando as mudanças necessárias no protocolo utilizado no sequenciamento do SARs-CoV-2 para que o processo se tornasse mais acelerado.

Uma vantagem desse novo método, é a redução do tempo de utilizado no preparo da amostra antes do sequenciamento, que antes eram de 14 horas e nesse novo modelo passa a ser 5 horas e 40 minutos.

Porém, uma das desvantagens quando comparado a técnica da plataforma Illumina, é a taxa de erro, para tal estudo, foram realizadas cerca de 300 leituras repetidas para cada região do vírus.

Sobre a doença 

Para entender melhor as características, foi preciso realizar a montagem da árvore filogenética do vírus que está em circulação no Brasil.

Esse passo só se fez possível por conta das sequências já identificadas e divulgadas por outros países, pois a montagem dessa árvore se dá a partir da comparação da sequência obtida com o que já havia sido publicado. O principal objetivo era avaliar as semelhanças entre tais sequências e tentar entender como o vírus poderia evoluir.

Uma curiosidade, é que o vírus monkeypox sequenciado neste ano (2022), possui cerca de 47 mutações em relação ao caso notificado em 2018, na África.

Por mais que tal vírus seja conhecido popularmente por causar a varíola dos primatas, na África esse vírus infecta principalmente os roedores. Esse patógeno é da família Orthopoxvirus, que também é a mesma família do vírus da varíola humana, extinto na década de 1980.

Beleza, já falamos sobre todas as partes técnicas da pesquisa, vamos entender melhor sobre os sintomas e a transmissão agora!

Os sintomas da doença, são semelhantes aos da gripe e resfriados:

  • Febre;
  • Fadiga;
  • Dor de Cabeça;
  • Dores musculares;

O que difere, é que alguns dias depois do aparecimento da febre, as lesões na pele começam a surgir e são nelas que estão a maior parte da carga viral.

A imagem está em preto e branco, apresenta uma criança com o vírus monkeypox, com várias lesões pelo corpo. Fonte: Reprodução/R7

Fonte: Reprodução/R7.

O contágio e disseminação desse vírus se dá por contato direto com as lesões ou com objetos pessoais de pessoas já infectadas e que possuam lesões pelo corpo (como roupas, toalhas, roupas de cama e etc.). Outra forma de contágio é através da tosse e espirros das pessoas infectadas.

Os casos estão se espalhando por todo o mundo, o que antes era apenas na África Central, hoje se estende por mais de 33 países, estes que antes não possuíam histórico de tal doença.

Saiba mais!

Falamos aqui sobre esse grande avanço da medicina que foi o sequenciamento do vírus monkeypox em apenas 18 horas, mas você sabia que aqui no Blog Voitto temos vários artigos interessantes sobre várias áreas? Como por exemplo os novos protótipos de óculos de realidade virtual e aumentada!

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Marcela Gomes

Marcela Gomes

Técnica em Informática Industrial, pelo CEFET MG onde também cursa a graduação em Engenharia de Controle e Automação. Ex diretora de Marketing da Encautech Júnior Consultoria, realiza projeto de pesquisa na área de Proveniência de Dados em Processos de Software, está no núcleo de extensão Monkeys Aerospace desde sua fundação e também faz parte do Coletivo Feminista do CEFET Leopoldina, CEFET-ANAS. Possui certificação em Marketing de Conteúdo e atualmente é estagiária da Voitto, onde atua no time de Artigos & SEO.

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