Sobre a speaker Lara Boyd
Sobre o TEDx “After watching this, your brain will not be the same”
Ideias principais do TEDx
Insight de destaque

Podemos potencializar a capacidade do cérebro humano? Descubra com Lara Boyd

Entenda como os comportamentos podem trazer mudanças profundas no cérebro humano e influenciar diretamente no aprendizado de alguém.

Gregory Thainã
Por: Gregory Thainã
Podemos potencializar a capacidade do cérebro humano? Descubra com Lara Boyd

O cérebro humano é um dos maiores mistérios para a nossa ciência atualmente, pois é algo extremamente complexo.

A pesquisadora Lara Boyd fala  em seu TEDx sobre sua pesquisa acerca da plasticidade do cérebro humano e como os nossos hábitos podem influenciar nesse tão importante órgão do nosso corpo.

Nesse artigo vamos ver:

  • Sobre a speaker Lara Boyd;
  • Sobre o TEDx “After watching this, your brain will not be the same”;
  • Ideias principais do TEDx;
  • Insight de destaque.

Sobre a speaker Lara Boyd

Lara Boyd é uma importante pesquisadora na área da neurociência. Ocupa um lugar de destaque no programa “Canada Research Chairs” e é uma grande entusiasta dos estudos do cérebro, chegando até mesmo a falar que tem o trabalho mais interessante do mundo.

Ela é autora de um importante estudo sobre a qualidade de vida de pessoas que sofreram algum acidente vascular cerebral (AVC).

O estudo concluiu que o bem-estar dessas pessoas vem diminuindo com o passar dos anos, o que evidencia que o tratamento atual está sendo ineficaz.

Além disso, ela possui um vasto conhecimento na área de neuroplasticidade, que é o assunto principal do TEDx que abordaremos.

Sobre o TEDx “After watching this, your brain will not be the same”

Como nós aprendemos algo novo? Como algumas pessoas têm muita facilidade em aprender sobre um determinado assunto e extrema dificuldade em outro? Existe uma forma universal para o aprendizado, como a praticada nas escolas?

Os avanços na tecnologia permitiram um conhecimento muito maior sobre o cérebro humano e hoje já temos uma boa noção sobre o que ocorre no cérebro durante o processo de aprendizagem.

E a chave para todas essas perguntas, segundo Lara Boyd, é a neuroplasticidade.

Ideias principais do TEDx

O TEDx aborda uma série de ideias muito interessantes sobre o cérebro humano, tais como:

  • A neuroplasticidade do cérebro humano;
  • Por que não podemos aprender qualquer coisa com facilidade?
  • Não há uma maneira universal de aprender algo.

A neuroplasticidade do cérebro humano

O cérebro humano tem, basicamente, três formas de suporte ao aprendizado: as reações químicas, a alteração de sua estrutura e a alteração de função.

O suporte químico ocorre devido à natureza do funcionamento do cérebro humano, que é a transferência de sinais químicos entre os neurônios.

Para auxiliar no processo de aprendizagem, o nosso cérebro é capaz de aumentar essa troca de sinais químicos muito rapidamente.

Porém, como essa mudança ocorre em um espaço de tempo muito curto, o suporte químico acaba sendo algo típico da nossa memória de curto prazo, pois tudo o que é aprendido depende das “trocas extras” criadas no cérebro humano.

A alteração estrutural ocorre na mudança da conexão entre os neurônios. Ela está associada à memória de longo prazo, pois a estrutura do cérebro é modificada.

Ela também pode integrar partes diferentes do cérebro para que trabalhem juntas no processo de aprendizagem de algum assunto ou habilidade ou para expandir uma determinada área do cérebro.

Por exemplo, uma pessoa que lê em braille tem o seu lobo parietal mais desenvolvido, enquanto que uma pessoa que trabalha em uma linha de montagem terá o seu lobo occipital com maior desenvolvimento.

Um outro exemplo é o hemisfério esquerdo do cérebro mais desenvolvido em pessoas destras.

Portanto, o cérebro humano é capaz de aumentar a massa de algum ponto responsável por uma atividade específica de acordo com os comportamentos da pessoa.

Por fim, o nosso cérebro pode alterar funções para auxiliar na aprendizagem. Conforme usamos uma região do cérebro, fica cada vez mais fácil e estimulante usá-la novamente.

Assim, ele pode simplesmente aumentar o nosso estímulo em fazer uma atividade que já temos um certo domínio (e é por isso que normalmente gostamos mais das matérias que temos mais facilidade na escola).

Sob esse viés, a neuroplasticidade do cérebro humano é feita por mudanças químicas, estruturais e funcionais que ocorrem o tempo todo.

Essas mudanças podem acontecer de maneira isolada ou em conjunto (como ocorre na maioria das vezes), sendo que qualquer atividade que desenvolvemos pode gerá-las.

Mas isso ainda não explica a razão de não podermos aprender sobre qualquer assunto com facilidade.

Por que não podemos aprender qualquer coisa com facilidade?

Uma outra maneira de fazer essa pergunta seria: “o que limita a neuroplasticidade do cérebro humano?”.

Ao fazer um paralelo sobre o seu estudo acerca da recuperação de pacientes que sofreram AVC, a speaker fala sobre a dificuldade de fazer alguém se recuperar do quadro.

Lara Boyd afirma que o AVC é atualmente o líder de causas de invalidez de adultos no mundo todo.

Ela também explica que os cientistas têm falhado na tentativa de encontrar maneiras eficientes de recuperar pacientes que sofreram esse acidente, o que influencia diretamente na qualidade de vida dessas pessoas.

Na tentativa de encontrar soluções para esse problema social, estudiosos perceberam que a neuroplasticidade está diretamente ligada ao nosso comportamento.

Apesar de não ser uma solução direta para esse problema, essa é uma descoberta muito importante e que dá um novo norte para a ciência nesse tema.

Assim, a palestrante iniciou uma pesquisa acerca do desenvolvimento de uma terapia que prepara o cérebro humano para aprender algo novo.

Durante essa pesquisa, a cientista ainda percebeu que existem muitas diferenças entre os padrões de neuroplasticidade das pessoas e que a principal causa para isso era o comportamento de cada uma delas.

Além disso, ela percebeu que quanto mais o indivíduo precisa se dedicar a uma nova habilidade, maior era a sua aprendizagem e a sua mudança estrutural no cérebro.

Assim, quanto mais nos dedicamos a aprender algo e continuamos exercitando isso após aprender, mais a estrutura do cérebro humano é modificada.

Da mesma maneira, se não nos esforçamos tempo suficiente ou se simplesmente deixamos um assunto de lado, a tendência é que nos esqueçamos dele.

É por isso que, caso você já tenha concluído o ensino médio há algum tempo, provavelmente já esqueceu a diferença entre briófitas e pteridófitas ou sobre o que diz o código de Hamurabi.

Agora você pode estar pensando simplesmente em repetir várias vezes aquele exercício difícil do livro de cálculo para se tornar mestre no assunto, certo? Mas eu devo lhe dizer que o aprendizado pode não funcionar bem assim.

Não há uma maneira universal de aprender algo

Segundo o livro Outliers, de Malcolm Gladwell, são necessárias 10 mil horas para que uma pessoa aperfeiçoe uma habilidade. Para Lara Boyd, a verdade não é tão simples e cristalina.

Ela afirma que algumas pessoas precisarão de menos tempo, enquanto outras precisarão de uma quantia muito maior de dedicação.

Isso se deve ao fato de que a neuroplasticidade de cada pessoa é única e é impossível existir uma “regra” válida para todos.

Além disso, os nossos comportamentos são de extrema importância na capacidade de aprendizado de alguém, pois eles são uns dos agentes que mais causam mudanças no cérebro humano.

Assim, a aprendizagem personalizada deve ser algo que temos que ter em mente, pois o fato de o nosso cérebro ser único implica que a nossa forma de aprender também deve ser única.

É exatamente por isso que algumas pessoas são muito boas em matemática, mas também podem não ser muito boas em artes: seus comportamentos moldaram seus cérebros a terem maior facilidade com esse assunto.

Saber disso pode trazer grandes benefícios para a nossa sociedade futuramente, pois poderemos ter padrões de ensino personalizados para que todos possam alcançar o seu potencial máximo.

É importante que todos nós saibamos como e o que aprendemos com maior facilidade e que busquemos repetir os comportamentos que maximizem esse aprendizado, além de eliminar os comportamentos que o prejudiquem.

Desse modo, o aprendizado se resume em fazer aquilo que a nossa mente precisa para que possamos aprender, pois o cérebro humano é constantemente moldado pelas atividades que cada pessoa desenvolve.

Insight de destaque

Não existe uma droga que possam tomar para a neuroplasticidade. Nada é mais eficaz que a prática para nos ajudar a aprender. O mais importante é que você tem que fazer o trabalho.” - Lara Boyd.


Gostou desse assunto? Você pode assistir o vídeo na íntegra abaixo.

Gregory Thainã

Gregory Thainã

Grad. em Engenharia Elétrica na Universidade Federal de Santa Maria. Participou do Movimento Empresa Júnior atuando em consultorias, gerenciamento de equipes e no setor de marketing pela ITEP Jr. Bolsista de iniciação científica na área de eficiência energética. Possui formação em Excel avançado, Gerenciamento de Projetos, Fundamentos de Scrum, Produção de conteúdo, Marketing de conteúdo, Copywriting e Revisão de conteúdo. Especialista na produção de conteúdo na área de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Voitto.

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