O atendimento de pacientes em unidades de saúde pode ser um processo longo e estressante ou ágil e dentro das expectativas, o que tem influência de diversos fatores que determinam o melhor tempo de atendimento para o seu caso.
Tais fatores fazem parte do Protocolo de Manchester, que é um método de classificação de pacientes de acordo com a urgência de seu caso, o que faz com que os mais graves sejam atendidos primeiro.
Ficou curioso para entender melhor como funciona o Protocolo de Manchester? Invista na leitura desse artigo, pois, te contaremos mais detalhes sobre os seguintes tópicos:
Vamos à leitura?
De maneira objetiva, podemos definir o Protocolo de Manchester como uma metodologia baseada em priorização e abordagem de pacientes de acordo com o quadro clínico que eles apresentam.
Dessa forma, acontece uma triagem de casos, tal que visa identificar quais são de maior gravidade, definindo assim um tempo de espera do paciente até a consulta médica.
Assim, o Protocolo de Manchester não tem como objetivo dar um diagnóstico ao paciente, mas sim, classificá-lo para que o atendimento seja feito da forma mais eficiente e atenda a todos com equidade.
Além disso, vale ressaltar que essa estratégia de classificação de riscos deve ser feita com cautela e porprofissionais qualificados, garantindo assim a segurança dos pacientes e a otimização do processo até o atendimento.
Muito interessante, não é mesmo? No próximo tópico, entenda como essa metodologia surgiu e quais são os seus principais impactos no Brasil e no mundo, confira!
Como o próprio nome sugere, esse protocolo foi aplicado pela primeira vez na cidade de Manchester, na Inglaterra, no ano de 1997. Desde então, seu uso foi amplamente disseminado por países em todo o mundo.
Assim, muitos países adotaram esse método por reconhecerem que ele realmente faz diferença na gestão de um bom atendimento, pois ele apresenta uma melhor experiência tanto para o paciente quanto para o gestor.
No Brasil, o Protocolo de Manchester foi aplicado pela primeira vez no estado de Minas Gerais em 2008, e diante dos resultados positivos, foi disseminado por todo o Sistema Único de Saúde, que tem como um de seus princípios a equidade.
Além do Brasil, esse protocolo tem uma aplicação de destaque em países como a Suíça. Holanda e Alemanha, que por sua vez são reconhecidas pela qualidade do atendimento nos serviços de saúde.
Agora que você já sabe o que é o conceito desse método poderoso e o seu surgimento, não deixe de conhecer seus elementos e como eles podem ser usados para entender seu funcionamento.
Para fazer a classificação do Protocolo de Manchester, é necessário separar os casos clínicos por cores, tais que são atribuídas significados e o tempo estimado de espera para cada uma, conheça quais são elas:
Essa cor significa que o atendimento deve ser imediato, pois é a classificação para pacientes com casos de emergência que correm risco de morte se não houver uma intervenção médica de forma imediata.
Os casos que recebem a classificação vermelha são prioridades e devem ser atendidos assim quesolicitarem o atendimento médico e passarem pela triagem, independente da ordem de chegada.
São os casos que apresentam um risco de morte significativo e que por isso, não devem ter o atendimento postergado. Logo, a sugestão de tempo de espera para esses pacientes muito urgentes é de até 10 minutos.
A cor amarela caracteriza os pacientes que apresentam casos urgentes, mas que apresentam moderação. Desse modo, o tempo estimado que o paciente pode aguardar para o atendimento é de cerca de 60 minutos.
Essa classificação abrange os casos que não são tão graves e que os pacientes podem aguardar por um tempo maior de atendimento para que a avaliação médica seja feita, o que pode chegar até 2 horas de espera.
Essa é a cor que abrange os casos com menor risco para a vida da pessoa e que não apresenta urgência, podendo até mesmo ser encaminhado para outra unidade de tratamento.
Dessa forma, o tempo máximo estimado de espera desses casos de menor urgência pode chegar até 4 horas.
Vale ressaltar ainda que , os profissionais aptos a realizar a triagem do Protocolo de Manchester são Enfermeiros com formação superior que devem possuir uma certificação da GBCR (Grupo Brasileiro de Classificação de Risco) para essa atuação.
Além disso, médicos também podem fazer a triagem de pacientes antes do atendimento clínico e dessa forma, eles encaminham para outros serviços que atendam as necessidades, independentemente do horário.
Para finalizar, saiba quais são os equipamentos necessários para realizar um bom Protocolo de Manchester, garantindo assim uma otimização eficiente do processo de atendimento de pacientes!
Para se realizar uma boa triagem é necessário ter alguns aparelho básicos que vão fornecer informações cruciais para que o auditor responsável consiga fazer a classificação, tais que são eles:
Com esses recursos, será possível aferir os sinais vitais do paciente, auxiliar na identificação dos sintomas e diante disso, é feita a classificação sobre o grau de prioridade de atendimento através das pulseiras com as cores relatadas anteriormente.
Além disso, é interessante que o profissional capacitado para aplicar o Protocolo de Manchester conte com o apoio de auditores externos periodicamente, para que a qualidade e segurança dos pacientes seja priorizada.
Vale ressaltar ainda que, toda a equipe interdisciplinar da unidade de saúde deve estar ciente do funcionamento e importância deste protocolo, pois dessa forma o processo será otimizado através da cooperação de todos.
Embora o Protocolo de Manchester seja amplamente utilizado e tenha benefícios em termos de triagem eficiente e tomada de decisões rápidas, também apresenta algumas desvantagens potenciais são:
A triagem pelo Protocolo de Manchester depende da avaliação subjetiva dos profissionais de saúde com base nos sintomas apresentados pelos pacientes.
Isso pode levar a variações nas decisões de triagem entre diferentes profissionais, o que pode resultar em discrepâncias nos níveis de prioridade atribuídos aos pacientes.
O Protocolo de Manchester se concentra principalmente nos sintomas apresentados pelos pacientes, mas pode ter limitações na avaliação de certas condições médicas específicas ou complexas.
Em alguns casos, pode ser necessário um exame médico mais detalhado para determinar com precisão a gravidade de uma condição.
Como o Protocolo de Manchester prioriza os pacientes com base na gravidade percebida, pode haver situações em que muitos pacientes com condições menos graves aguardem atendimento, enquanto pacientes com condições mais graves podem enfrentar atrasos no atendimento, especialmente em momentos de alta demanda.
O Protocolo de Manchester é projetado para otimizar o uso de recursos médicos, priorizando os casos mais urgentes.
No entanto, se houver recursos limitados disponíveis, como leitos de hospital ou equipes médicas, mesmo a triagem eficiente pode não garantir um atendimento imediato adequado a todos os pacientes.
A implementação do Protocolo de Manchester em uma instituição de saúde requer planejamento e coordenação adequados. Aqui estão algumas etapas gerais que podem ajudar no processo de implementação:
Antes de implementar o Protocolo de Manchester, é importante avaliar a viabilidade e a adequação do protocolo para sua instituição. Considere fatores como tamanho da instituição, fluxo de pacientes, recursos disponíveis e adesão da equipe médica.
Realize treinamentos para garantir que a equipe médica esteja familiarizada com os princípios e diretrizes do Protocolo de Manchester. Isso pode incluir aulas teóricas, exercícios práticos e simulações de triagem.
Faça adaptações ao Protocolo de Manchester, se necessário, para atender às necessidades e características específicas da instituição. Isso pode incluir ajustes nos critérios de triagem ou na forma como os pacientes são classificados.
Elabore protocolos internos claros que detalhem os procedimentos de triagem, registro de informações e comunicação entre a equipe médica. Certifique-se de que todos os profissionais envolvidos no atendimento estejam cientes das diretrizes e saibam como aplicá-las corretamente.
Considere uma implementação gradual do Protocolo de Manchester, começando por uma área específica ou departamento da instituição. Isso permite testar e ajustar o protocolo antes de implementá-lo completamente em toda a organização.
Estabeleça um sistema de monitoramento e avaliação para acompanhar a eficácia e o impacto do Protocolo de Manchester na instituição. Isso pode incluir a coleta de dados, análise de resultados e feedback da equipe médica e dos pacientes.
Com base nos dados e no feedback coletados, faça ajustes e melhorias contínuas no Protocolo de Manchester. Esteja aberto a sugestões da equipe médica e busque atualizações periódicas das diretrizes do protocolo.
Lembre-se de que a implementação do Protocolo de Manchester pode variar de acordo com as especificidades de cada instituição.
É recomendado buscar orientação e apoio de profissionais especializados em gestão de serviços de saúde para auxiliar no processo de implementação e garantir que as melhores práticas sejam seguidas.
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Thiago é engenheiro de produção, pós-graduado em estatística e mestre em administração pela UFJF. Especialista Black Belt em Lean Six Sigma, trabalhou na Votorantim Metais e MRS Logística, onde foi gestor e especialista em melhoria contínua. Com certificações MOS® e Auditor Lead Assessor ISO 9001, atuou em projetos de consultoria e ministrou treinamentos e palestras em congressos como ENEGEP e Six Sigma Brasil. Professor nas áreas de Gestão e Empreendedorismo, é fundador do Grupo Voitto e mentor de empresas, dedicando-se à liderança executiva da Voitto, com a visão de torná-la a maior escola online de gestão do Brasil.
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