A maneira como falamos com outras pessoas diz muito sobre o sucesso de nossas interações. Porém, mais importante que a nossa linguagem verbal, é a nossa linguagem corporal, isto é, a imagem que passamos para outras pessoas.
Os nossos gestos podem falar muito sobre nós. Por exemplo, ao nos sentarmos de uma maneira mais expansiva, podemos transmitir às outras pessoas a imagem de alguém confiante.
Da mesma forma, ao nos sentarmos de maneira retraída, passamos uma imagem de alguém que não está confortável com o ambiente.
No TED Talks de Amy Cuddy, a palestrante fala sobre os impactos que a nossa linguagem corporal pode exercer em nossas vidas, principalmente no aspecto psicológico.
Neste artigo, veremos:
Amy Cuddy é professora na Harvard Business School, onde estuda sobre a linguagem corporal e a sua relação com o sucesso e poder de influência das pessoas.
O interesse dela em linguagem corporal teve início após o fim do seu mestrado, quando ela começou a se achar incapaz de conseguir um bom emprego.
Quando falou disso para sua orientadora, foi instruída a fingir que estava confiante em apresentações ou em entrevistas.
A estratégia deu tão certo que ela foi contratada para dar aulas em Harvard e ainda se tornou tema de suas pesquisas. Amy Cuddy ainda foi citada na lista das 50 mulheres que estão mudando o mundo, da Business Insider.
A palestra é focada em como nós somos influenciados pela nossa própria linguagem corporal.
Podemos nos sentir confiantes ou extremamente ameaçados em um determinado ambiente e quem determina isso, em muitos casos, é a nossa linguagem corporal.
Além disso, ficar em uma simples pose por 2 minutos pode até mesmo influenciar nos hormônios da testosterona e do cortisol, como mostra uma pesquisa feita pela palestrante.
O TED aborda três principais tópicos:
Quando pensamos em comunicação não verbal, duas coisas vêm à nossa mente: como nós vemos as outras pessoas e como as outras pessoas nos veem.
Porém, a linguagem corporal não afeta apenas as pessoas que estão interagindo conosco, ela afeta também a nós mesmos.
Por exemplo, quando tomamos uma posição de ocupar mais espaço, estamos inconscientemente tomando uma posição que nos passa uma maior percepção de poder.
Isso não é visto apenas em humanos, mas também no reino animal, como a naja, por exemplo, que expande o seu tamanho para aumentar sua sensação de poder.
Acontece que quando falamos de relações interpessoais, as pessoas tendem a complementar as expressões não verbais dos outros.
Assim, se alguém está usando uma expressão corporal de poder, as outras pessoas do ambiente tendem a se retrair.
Imagine uma situação de extremo estresse, como uma entrevista de emprego, por exemplo. É normal que a nossa linguagem corporal seja de nos retrair, entrar na defensiva.
Porém, se começarmos a usar um tom de voz firme, uma postura corporal adequada e estabelecermos um bom contato visual com o entrevistador, veremos que a nossa confiança irá aumentar, mesmo que o nervosismo continue alto.
Sabemos que a linguagem corporal é o que dita como as pessoas se sentem em nossa presença, mas será que ela realmente é capaz de mudar o nosso sentimento acerca de nós mesmos?
Segundo Amy Cuddy, existem evidências de que uma simples expressão facial pode mudar o humor de uma pessoa.
Por exemplo, o simples fato de segurar uma caneta com a boca, nos “forçando” a sorrir, pode melhorar o nosso humor.
A relação dos nossos gestos e expressões com o poder também segue a mesma linha. Quando nos sentimos poderosos (como quando um jogador de futebol faz um gol, por exemplo), tendemos a abrir os braços, a ocupar mais espaço.
Da mesma maneira, se estamos mais acuados em um ambiente, mas ainda assim nos acomodamos de maneira “espaçosa”, aumentamos a nossa sensação de confiança no local.
Diante disso, surge a dúvida: a linguagem corporal pode mudar a nossa mente? É possível “fingir” confiança?
Amy fez uma pesquisa sobre linguagem corporal para responder a essas perguntas. Ela chamou voluntários para fazer um experimento onde eles deveriam adotar poses de alto poder ou de baixo poder por dois minutos.
Durante as poses eram colhidas a saliva dos voluntários e eles também deveriam dizer o que sentiam sobre uma série de itens.
Os resultados obtidos foram que as pessoas que haviam adotado uma postura de poder tendiam a blefar ao dizer o que sentiam em 86% das vezes.
Por outro lado, quando os indivíduos adotavam uma linguagem corporal de menor poder, eles tendiam a blefar em 60% das vezes.
No campo hormonal, pessoas que haviam utilizado uma postura de maior poder tinham presenciado um aumento de até 20% em sua testosterona, enquanto que aqueles que adotaram uma postura mais defensiva tiveram uma perda de 10%.
Já o cortisol teve uma queda de até 25% nas pessoas que adotaram uma linguagem corporal de poder, além de aumentar em até 15% nas pessoas que adotaram uma postura mais defensiva.
Todas essas mudanças, que influenciam diretamente no condicionamento do nosso cérebro para a assertividade, para a autoconfiança e para o conforto em ambientes desafiadores, ocorreram em apenas dois minutos.
Portanto, é possível “fingir” sermos confiantes e isso nos trará benefícios.
Como explicado pela speaker, esses experimentos foram feitos em laboratório, um local isolado.
Seria possível que uma ação tão simples fosse capaz de realmente nos ajudar na nossa vida fora de um laboratório?
Para responder essa pergunta, Amy Cuddy recorre à sua história de vida. Quando jovem, ela foi envolvida em um acidente de trânsito e teve uma séria lesão em seu cérebro, o que fez seu QI diminuir significativamente.
Com isso, ela, que sempre se identificou como uma pessoa inteligente, viu sua essência ser tirada de si, junto com a sua autoconfiança.
Ela deu sequência aos seus estudos, mesmo com uma severa lesão em seu cérebro. Levou 4 anos a mais para se formar e quando finalmente havia conseguido chegar em um patamar elevado em sua vida, começou a sofrer com a síndrome do impostor.
Amy Cuddy passou a acreditar que não era boa o suficiente para alcançar um bom emprego.
Foi então que a sua orientadora, Susan Fiske, a instruiu a fingir ser boa. Se a própria Amy não acreditava que era boa o suficiente, então ela deveria fingir ser boa até realmente se tornar.
A speaker então começou a trabalhar a sua linguagem corporal para passar uma imagem de maior confiança.
Com isso, ela não apenas fingiu ser mais confiante, como se tornou. Hoje ela é professora na mais renomada escola de negócios do mundo, a Harvard Business School.
Portanto, quando lhe disserem que o corpo fala, tenha em mente que ele não apenas fala, mas também influencia as outras pessoas, o seu cérebro e o seu próprio corpo.
Preste atenção na importância da linguagem corporal. Um simples aperto de mão firme com um tom de voz confiante pode lhe dar a confiança necessária para você mandar bem em uma entrevista e conquistar o emprego dos seus sonhos!
“Nosso corpo muda a nossa mente. Nossa mente muda os nossos pensamentos. Nossos pensamentos mudam o nosso destino.” - Amy Cuddy
Gostou do assunto? Você pode conferir esse TED na íntegra abaixo.
Grad. em Engenharia Elétrica na Universidade Federal de Santa Maria. Participou do Movimento Empresa Júnior atuando em consultorias, gerenciamento de equipes e no setor de marketing pela ITEP Jr. Bolsista de iniciação científica na área de eficiência energética. Possui formação em Excel avançado, Gerenciamento de Projetos, Fundamentos de Scrum, Produção de conteúdo, Marketing de conteúdo, Copywriting e Revisão de conteúdo. Especialista na produção de conteúdo na área de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Voitto.
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