Ter a oportunidade de participar da gestão 4.0, e aprender técnicas e práticas usadas pelas empresas mais valiosas do mundo, foi uma experiência única e de grande valor profissional e pessoal.
Foram 3 dias em uma imersão de conteúdo prático e de mentorias com grandes empreendedores, e um deles foi Bruno Nardon.
Bruno Nardon possui mais de 10 anos de experiência com tecnologia e startups, é sócio e cofundador da gestão 4.0.
Considerado por muitos como um grande especialista em análise de dados e escalas de negócios, ele é presidente e sócio-fundador da Rappi Brasil e da Kanui, é também responsável pela fusão da Kanui com a Dafiti, em 2015, o que fez com que este grupo se tornasse o maior e-commerce de moda na América Latina.
Neste artigo, irei trazer os conhecimentos adquiridos, em uma das palestras de Bruno Nardon, sobre modelo de Growth, configuração do time de Growth e também funis e canais de aquisição e engajamento.
Com um perfil muito analítico e também extrovertido, Bruno Nardon começou sua palestra provocando uma reflexão em todos os presentes a respeito do que diferencia uma empresa que cresce de forma sustentável das empresas que não conseguem esse mesmo tipo de crescimento.
A grande resposta para essa pergunta está na recorrência, investir em recorrência é a diferença entre os negócios que crescem de forma sustentável.
Dando continuidade ao seu discurso sobre crescimento sustentável, Bruno Nardon apresenta o conceito de modelo de Growth.
Para falar sobre esse modelo, é importante fazer uma correlação entre:
Bruno Nardon ressalta a importância de haver sinergia em cada etapa de todos os processos acima e uma análise minuciosa em cada pilar, para que a estratégia competitiva de fato seja bem analisada e os riscos sejam mitigados.
Dando continuidade, Bruno Nardon diz que os canais de distribuição são canais de escoamento dos seus produtos, e aqui está um grande ponto de importância no processo de construção da escala.
Afinal, a análise detalhada de desempenho de cada canal é fundamental para que se possa entender onde a energia investida pode trazer maior resultado para a empresa.
Além disso, é primordial compreender a forma como você vai atuar em cada canal, pois cada um é preparado para receber a informação de uma determinada forma, cada canal tem um público específico de consumo e esse público tem as suas particularidades que são diferentes, portanto, um fator crítico de sucesso é ter produtos certos para o canal certo.
Bruno Nardon segue fazendo correlação entre esses pilares, e a primeira delas é: entender o fit do mercado com o produto. A melhor maneira de comprovar esse fit é através da análise da retenção.
Retenção = crescimento
E para que você consiga fazer isso de forma proveitosa, identifique a métrica que representa o valor que os usuários recebem do seu produto e depois meça a repetição desta métrica. Como é retratado no exemplo que Bruno Nardon trouxe em sua palestra, como segue abaixo:
Bruno Nardon dá algumas dicas valiosas para produzir um produto adequado para o mercado e depois seguir com a sua expansão:
Para exemplificar essa evolução do produto, Bruno Nardon cita durante a sua palestra os picos de crescimento do Facebook, em que o primeiro salto aconteceu quando a empresa resolveu traduzir a plataforma para outros idiomas; depois disso, outro salto se deu com a decisão de mudar a plataforma para mobile, e depois um outro salto com o projeto internet.org.
Na sequência Bruno Nardon trata o fit do produto com os seus canais; alguns aspectos importantes sobre isso são:
Os quatro pontos resumem a essência do que é trabalhar o produto e o canal de forma integrada e distinta, em função das suas particularidades.
Para exemplificar, Bruno Nardon comenta sobre empresas que crescem e cresceram em canais específicos, como o Facebook, por exemplo, que foi o canal de expansão da Dafiti, o SEO como um canal de expansão da SV Networks, mercado de Ads com clube de assinatura, canais virais e canais de conteúdos gerados pelo cliente, como, por exemplo, o Wikipédia.
Vale ressaltar que, de vez em quando, surgem novos canais, e, com isso, é muito importante a adaptação.
Bruno indica também o livro Traction, de Gabriel Weinberg, que mostra os 19 principais canais de tração a serem explorados.
Na sequência, Bruno Nardon trata do fit do canal com o modelo de negócio, e aí começa a parte mais técnica e detalhada da aula.
No processo de análise e ajuste de um modelo de negócio, é importante a definição de métricas e de ferramentas para que se possa gerenciar, afinal de contas, vale a máxima do Vicente Falconi: “Quem não mede não gerencia”.
Nesse ponto, Bruno Nardon traz vários indicadores muito importantes que garantem ou que potencializam a sustentabilidade de um negócio.
O primeiro deles é o CAC, que é o custo de aquisição de clientes, que nada mais é do que o somatória do gasto com marketing e vendas dividido pelo número de novos pagantes, naquele período analisado, o que é chamado de safra.
CAC = (Investimento em MKT + Vendas) / # novos usuários
O CAC mede o quanto você gasta para adquirir um novo cliente. Então, em uma análise simples, você coloca o quanto você gastou em marketing, vendas, mão de obra, investimento em patrocínio, software de apoio, absolutamente todos os investimentos em marketing e vendas e quanto isso gerou de novos clientes para o seu negócio.
Ele é um ótimo indicador, mas não pode ser o único critério para uma análise e tomada de decisão, por isso, é importante analisar o CAC por canal, por geografia, por plataforma e também por tipo de produto.
Mas para que a análise do CAC se torne ainda mais efetiva e a gente consiga analisar a sustentabilidade de um negócio, um indicador muito importante também é o LTV, lifetime value, que é o resultado da receita média por usuário multiplicado pela margem de contribuição e pelo tempo de vida daquele usuário específico.
LTV (Lifetime Value (Lifetime ValueLifetime Value) = ARPU * % Margem de Contribuição * Retenção (tempo de vida)
Basicamente, você vai verificar se um negócio é viável pela sua capacidade de atrair pessoas e pelo valor que elas geram para o seu negócio ao longo do tempo.
Uma boa métrica também é o cálculo do LTV/CAC, o tempo de vida de valor que o cliente te dá dividido pelo custo de aquisição que você tem para conquistar aquele cliente, e, dessa forma, essa proporção mede a sustentabilidade do negócio e verifica se o seu negócio tem potencial de escala e se tem uma performance adequada.
A título de referências é muito importante que o LTV/CAC seja maior do que 1; quanto maior melhor, um bom índice considerado é 3, que é uma referência bem legal.
Uma dica que Bruno Nardon dá em sua palestra é aumentar o AARTU (Average Annual Revenue Per User), que é a receita média anual por usuário, pois dessa forma você pode aumentar o CAC. Isso pode ser feito através de estratégias que façam vender mais, aumentando assim o ticket.
Para falar sobre isso, Bruno Nardon traz o clássico Ciclo PDCA, que é um método de gerenciamento com foco na melhoria, que tem como objetivo controlar e melhorar os processos e produtos de uma forma contínua.
Este ciclo também é conhecido como Ciclo de Shewhart ou roda de Deming, e o mesmo é dividido em quatro etapas, sendo elas:
Bruno Nardon faz uma relação do Método de Growth com o ciclo PDCA, no qual planeja-se em cima das hipóteses que a gente acredita, executa, analisa, mede e atua.
A atuação do Growth é basicamente dividida em duas iniciativas imediatas:
Outro ponto interessante destacado por Bruno Nardon é a importância de definir o North Star metric, que é a métrica que representa o valor que os usuários recebem do seu produto, ou seja, o norte principal da meta.
Feito isso, é importante alinhar tanto com o time quando com o CEO qual é a meta principal e o que se espera.
Em seguida, Bruno Nardon trata dos loops, que permitem crescimento composto e sustentável.
Loop é um sistema fechado, onde os inputs geram outputs que são reinvestidos no input.
Pode parecer confuso inicialmente, mas não é. Basicamente estamos falando do loop do PDCA, o qual tem de detalhar as métricas e otimizar cada parte do processo.
Bruno Nardon recomenda que seja feito o loop com PDCA de vendas, de marketing pago e de conteúdo.
É importante conseguir olhar para dentro do funil de vendas e saber onde estão os clientes e de onde eles estão vindo, ou seja, mais uma vez a análise de canais, além de também conseguir analisar o quão boa é a experiência do seu usuário.
Para exemplificar o conceito, Bruno Nardon traz a seguinte ilustração em sua palestra:
Através dessa análise, você já começa a trazer algumas reflexões interessantes sobre perdas de clientes e começa a entender como é a experiência do usuário na plataforma.
O cliente dá muitas respostas para nós, e é muito importante agir, e procurar formas de tornar os seus clientes embaixadores da marca, pois dessa forma eles serão os próprios impulsionadores da marca, assim você terá criado um modelo e um loop ideal de um processo sustentável, no qual a geração de valor pela ótica do cliente vai fazer com que outras pessoas virem clientes.
RFM é uma ferramenta citada por Bruno Nardon, a qual podemos utilizar para analisar as ações a serem tomadas. Seu objetivo é transformar a trajetória do seu cliente, seja na frequência que ele compra ou no valor monetário.
Este conceito é muito bem exemplificado na palestra de Bruno Nardon, através do seguinte gráfico:
Bruno Nardon finaliza a sua fala comentando sobre a configuração do time de Growth e sobre os desafios de encontrar um profissional que de fato reúna as seguintes competências:
Então o profissional do Growth é aquele que tem de entender do produto da empresa, da estratégia de negócio do marketing e tem de saber fazer análise.
Afinal, ele será exposto a tomadas de decisões constantes e precisará saber como articular e fazer tudo isso funcionar.
Bruno também ressalta que, um time de Growth deve conter:
Para finalizar sua palestra, Bruno Nardon deixa alguns aprendizados de ouro que devem ser aplicados o quanto antes em seu negócio:
O Programa de Aceleração de Carreiras, VoittoPro,foi desenvolvido com base em 13 formações em negócios, mais de 200 certificações, plano de estudos personalizado, mentoria com especialistas, ferramentas de cases práticas e suporte do currículo ao contrato.
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Thiago é engenheiro de produção, pós-graduado em estatística e mestre em administração pela UFJF. Especialista Black Belt em Lean Six Sigma, trabalhou na Votorantim Metais e MRS Logística, onde foi gestor e especialista em melhoria contínua. Com certificações MOS® e Auditor Lead Assessor ISO 9001, atuou em projetos de consultoria e ministrou treinamentos e palestras em congressos como ENEGEP e Six Sigma Brasil. Professor nas áreas de Gestão e Empreendedorismo, é fundador do Grupo Voitto e mentor de empresas, dedicando-se à liderança executiva da Voitto, com a visão de torná-la a maior escola online de gestão do Brasil.
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