Já sentiu a necessidade de se organizar para fazer uma prova difícil na faculdade? Saber o que estudar e como administrar esses conhecimentos, esforçando-se para conseguir tirar aquele 10 na prova não é tão diferente assim do conceito de MRP.
Mas o que significa MRP e o que isso tem a ver com a nota da minha prova?
Pense nos materiais como se eles fossem o conteúdo que você precisa estudar para fazer sua avaliação. Portanto, você precisa organizá-los para conseguir processá-los para suprir sua demanda que é conseguir a nota máxima!
O Sistema MRP tem tudo a ver com isso!
Nesse artigo, vou te apresentar mais sobre os sistemas de MRP, como eles evoluíram ao longo do tempo e qual é a sua importância para um empreendimento otimizado.
Para que entenda melhor sobre o assunto, separei esse artigo em alguns tópicos:
O Material Requirement Planning (Planejamento das Necessidades de Materiais) é um sistema que visa planejar a quantidade de materiais exigidos na linha de produção para satisfazer uma demanda específica de produção de um produto.
O objetivo do MRP, portanto, é definir com precisão uma lista com todos os recursos materiais necessários e suas quantidades ideais para abastecer um meio de produção, com base na decisão de produção dos produtos finais.
Além disso, ele busca determinar o tempo que essas matérias-primas precisam estar disponíveis para manter os níveis de produção, de forma a atender o lead time prometido ao cliente.
A utilização do MRP é de responsabilidade do departamento de Planejamento e Controle da Produção. Por isso, não basta saber o que é MRP, é também preciso entender o contexto no qual ele está inserido.
Toda empresa necessita gerenciar bem os seus processos de produção e recursos com um planejamento que gere redução dos custos da organização, melhoria na qualidade dos produtos, velocidade e confiabilidade das entregas, bem como a flexibilidade do processo produtivo.
Portanto, o domínio das práticas de PCP é essencial a qualquer profissional, independente do negócio ou produto que esteja realizando. Pensando nisso, desenvolvemos o curso Fundamentos de Planejamento e Controle da Produção que te capacitará a:
O sistema MRP surgiu nos anos 60, e foi desenvolvido a fim de gerar um atendimento às demandas de forma eficiente, por meio da previsão de vendas e dos materiais necessários.
Mas para chegar a esse ponto, algumas evoluções tiveram que acontecer.
No período após a Segunda Guerra Mundial, as indústrias adotavam o método de produção empurrada. Já que o mundo estava fragilizado, a procura por produtos era grande e não havia necessidade de um controle de produção bem definido. O mercado aceitava praticamente tudo devido à miséria que a guerra causou.
Porém, no final da década de 50, o mundo começou a se fortalecer novamente. Em função disso, as empresas não conseguiam mais escoar todos os produtos produzidos e, com isso, os estoques começaram a empilhar.
Dessa forma, ficou clara a necessidade de um planejamento de produção que eliminasse o excesso e atendesse o mercado de acordo com suas necessidades.
Os empreendimentos, então, começaram a adotar as seguintes premissas:
De posse dessas premissas, nos anos seguintes, foram sendo elaborados diversos métodos e ferramentas para auxiliar a administração dos meios de produção. Entre elas, destacam-se o CPM (Método do Caminho Crítico), a rede PERT e ainda o ROP (reorder point) para gestão de estoques de segurança.
E finalmente surge, nos anos 60, o MRP, que foi desenvolvido a fim de gerar um atendimento às demandas de forma eficiente, por meio da previsão de vendas e dos materiais necessários.
A metodologia MRP tem início a partir de uma pesquisa de mercado. Nela, são analisadas as possibilidades de implementação dos produtos para consumidores, visando sempre a atender às necessidades dos mesmos.
Dessa maneira, é possível definir quantos produtos acabados devem ser produzidos para o atendimento de uma demanda específica.
Após essa definição, o software MRP gera uma programação que contém a lista de materiais fundamentais e suas quantidades para que a produção seja iniciada e até quando isso pode acontecer para que todos os prazos sejam cumpridos.
Com todas essas informações à disposição, os sistemas MRP possibilitam uma gestão de estoque mais eficiente, ajudando a reduzir e a minimizar os níveis de estoque. Dessa forma, não há excesso ou falta de material.
Isso possibilita à empresa investir em outras áreas, já que libera capital de giro. Lembre: estoque é dinheiro parado, logo ele precisa ser bem administrado para que não haja prejuízos para empresa.
Você não vai querer isso, não é verdade?
Em suma, temos 3 etapas que precisamos passar na aplicação empresarial do MRP:
Vamos explicar com um exemplo, então como seria a produção de uma caneta dentro dessa metodologia?
O sistema utiliza os cálculos da demanda, dos materiais e dos estoques. Sendo assim, suponha que para a fabricação de uma caneta, sejam necessários os seguintes materiais:
O MRP processa todas essas informações e as ajusta de acordo com a quantidade total de canetas que deverão ser produzidas.
Ele é capaz de administrar os níveis de estoque necessários para produzir certo total de produtos acabados, no tempo e na medida certa, minimizando custos e retrabalhos.
Com o passar do tempo e da crescente evolução dos meios computacionais, foi possível incorporar novos elementos ao sistema de MRP. A seguir vamos entender um pouco sobre o que essa evolução resultou: o MRP II.
O Manufacturing Resources Planning, que significa em português Planejamento de Recursos de Manufatura, foi desenvolvido nos anos 80.
Por possuir a mesma sigla na língua inglesa que o MRP, esse novo sistema ficou conhecido como MRP II e o anterior passou a ser chamado de MRP I.
O Planejamento dos Recursos de Manufatura incorpora as funcionalidades do MRP I e, por isso, é mais abrangente. Somado à programação de recursos materiais, o MRP II é capaz de lidar com diversos outros tipos de recursos necessários à produção de um bem.
Entre a variedade de dados fundamentais para o processamento do MRP II, os mais relevantes são:
De posse dessas informações, é possível montar um plano mestre de produção. Há um número maior de variáveis sendo analisadas, trabalhadas e incorporadas à gestão da manufatura. Assim, o meio de produção fica mais detalhado em comparação ao MRP I.
Tanto o Materials Requirement Planning quanto o Manufacturing Resources Planning permitem por meio de uma base de dados, converter todas as necessidades do mercado em uma programação de produção e controle da manufatura dos produtos.
Porém, cada um deles possui características e funcionalidades específicas dentro de uma indústria. A seguir te mostrarei quais são:
O MRP I, como dito anteriormente, é voltado para a gestão de materiais e, portanto, para o planejamento e controle de todos os insumos operacionais que envolvem a rotina de produção.
O disparo diário de pedidos de matérias-primas aos mais variados fornecedores é um exemplo.
Dessa forma, é preciso que os gerentes responsáveis pelo controle do estoque informem ao sistema, através de cartas de solicitação, quais são as demandas e até quando elas precisam ser atingidas.
Assim é possível calcular a quantidade de materiais e o tempo de entrega. Além disso, também possibilita gerenciar atrasos com maior facilidade, caso ocorram.
O MRP II, por ser mais completo, se apresenta como ferramenta de estratégia para uma empresa. Desfocado de operações de rotina, ele possui um viés voltado para o crescimento de um empreendimento.
Por meio dele, é possível mensurar quanto o negócio precisa expandir para ser capaz de atender todas as necessidades do mercado, por exemplo.
O MRP II também permite avaliar os efeitos que essas mudanças causam no empreendimento. Alterações de protocolos de produção e ajustes de setores de engenharia e financeiro são exemplos.
Dessa forma, o sistema MRP II tem grande importância no processo de tomada de decisões no que diz respeito aos processos produtivos.
A implementação do sistema MRP traz inúmeros benefícios. A seguir listamos alguns:
Uma das grandes vantagens do sistema MRP é a possibilidade de rápida reação à mudanças. Essa é uma característica fundamental no ambiente competitivo à que as empresas estão inseridas
O sistema MRP é capaz de lidar de forma eficiente com processos produtivos bastante complexos, nos quais envolvem muitos produtos com muitos componentes.
O sistema MRP ao proporcionar respostas mais rápidas à produção conforme a demanda do mercado, consegue reduzir o volume de estoque e diminuir o tempo ocioso de produção, consequentemente impactando na redução de custos.
Apesar de ser uma ótima ferramenta, se utilizada de forma inadequada pode trazer consequências indesejadas, como, por exemplo:
Por se tratar de um software, o MRP precisa de constantes reprogramações.
O sistema MRP não possui módulos de cálculo restritivos, ou seja, não consegue planejar capacidades para o sistema produtivo que sejam factíveis com os sistemas reais.
A definição de parâmetros para a gestão eficiente dos recursos produtivos é um dos mais importantes passos quando se utiliza o sistema MRP. A ausência dessa ação, atrapalha a estabilidade do sistema, afetando a possibilidade de redução de estoques e custos.
Para funcionarem de maneira ótima, eles precisam ser adaptados para os formatos de produção de uma determinada empresa.
A seguir veremos como é possível integrar os sistemas MRP I e MRP II.
Os sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) ou Sistema Integrado de Gestão Empresarial, são softwares que integram, automatizam e fazem a gestão não só as atividades produtivas, mas também muitas outras atividades que têm influência no processo produtivo, como: contabilidade, finanças, estoque, vendas, recursos humanos, entre outras.
Além de agregar esses diversos setores, o ERP também integra os sistemas de MRP I e II.
Reunindo todas essas informações, vemos que esses sistemas buscam maior eficiência administrativa e permitem agilizar os processos e estabelecer comunicação dinâmica entre todos os departamentos.
Como exemplo de um ERP usado mundialmente, temos o sistema SAP
Essa tecnologia da indústria 4.0 funciona como um banco de dados gigante. As informações são geradas, modificadas e organizadas numa frequência muito alta por meio do uso de recursos, como o data mining e o big data.
Por exemplo, pedidos são feitos aos diversos fornecedores, estoques são atualizados, notas são recebidas e pagas de maneira automática!
É uma ferramenta realmente muito poderosa!
Uma das maiores desvantagens do ERP é justamente sua grandiosidade, visto que isso pode fazer uma empresa adotar políticas extremamente burocráticas.
Outro ponto desvantajoso está nas despesas de implementação e manutenção do ERP: elas são muito altas e o custo benefício depende muito do tamanho e do alcance que uma empresa apresenta.
Para vencer essas desvantagens e ter um planejamento e controle de produção eficientes, você precis conhecer as etapas desse processo.
Com esse intuito, a Voitto disponibiliza para você gratuitamente o eBook As etapas do planejamento e controle de produção.
Confira no banner abaixo:
Thiago é engenheiro de produção, pós-graduado em estatística e mestre em administração pela UFJF. Especialista Black Belt em Lean Six Sigma, trabalhou na Votorantim Metais e MRS Logística, onde foi gestor e especialista em melhoria contínua. Com certificações MOS® e Auditor Lead Assessor ISO 9001, atuou em projetos de consultoria e ministrou treinamentos e palestras em congressos como ENEGEP e Six Sigma Brasil. Professor nas áreas de Gestão e Empreendedorismo, é fundador do Grupo Voitto e mentor de empresas, dedicando-se à liderança executiva da Voitto, com a visão de torná-la a maior escola online de gestão do Brasil.
Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade.
Respeitamos sua privacidade e nunca enviaremos spam!